Estabilidade macroeconômica é essencial para desenvolvimento do país, diz economista

28/05/2009 - 6h43

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A manutenção daestabilidade macroeconômica, alcançada pelo Brasil nosúltimos anos, foi defendida pelo economista Armando Castelar,do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), como condição importante para odesenvolvimento do país e, em particular, das pessoas maispobres. Essa estabilidade envolve, entre outroselementos, o combate à inflação, a preocupaçãocom as contas públicas, a autonomia do Banco Central e taxa decâmbio flexível.Em parceria com João Sicsú,também economista da UFRJ, Castelar organizou olivro do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)denominado Sociedade e Economia: Estratégias de Crescimentoe Desenvolvimento. A publicação apresenta visõesde 23 autores de diferentes áreas sobre o tema dodesenvolvimento e terá pré-lançamento hoje(28) na Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC/RJ).Armando Castelar disse que o país tem carências significativas emáreas como educação e infraestrutura. “Sãoáreas que precisam ser tratadas. Particularmente a educaçãobásica, começando pela pré-escola, deveria seruma prioridade e estratégia de desenvolvimento no Brasil”.Para ele, em comparação com outros países, oBrasil está muito atrás no quesito educação.“E isso, no mundo de hoje, é uma coisa que nos custa muitoem termos de desenvolvimento, não apenas sob a ótica docrescimento, mas da própria integração daspessoas ao processo de cidadania”.O mesmo ocorre na área deinfraestrutura. O economista lembrou que a questão do marco regulatórioda infraestrutura está há muitos anos parada noCongresso Nacional. “Acho que a gente deveria voltar a ela e dar ummarco que seja realmente de qualidade para o Brasil”. Segundo Castelar, há necessidade de avanços em outras áreas.Ele disse que o Brasil é pouco integrado à economia mundiale deveria buscar maior interação, embora com calma,porque isso será importante com o tempo.O economista sugeriu ainda a promoção de melhorias na qualidade do gasto público no Brasilporque “as evidências são várias de que aqualidade do gasto é pouco eficiente. Ou seja, ele produzpouco resultado para o recurso que é gasto. Essa é umaárea também gigantesca de trabalho que pode acelerar onosso desenvolvimento”.Devido à diversidade deabordagens, Armando Castelar considera o material reunido no livro doIpea importante para um curso de graduação sobre teoriado desenvolvimento, focado na experiência brasileira. Destacouque a obra é escrita em uma linguagem acessível ao leitor comum, que não é economista. “Eu acho que vaipermitir a quem ler ter visões opostas sobre um mesmo ponto,com argumentos divergentes que ajudam a quem quer pensar e ponderarsobre o assunto”.

O livro serálançado no Ipea no próximo dia 4 de junho. O prefáciofoi escrito pelo presidente do instituto, Márcio Pochmann.