Banco Central prevê aumento da relação entre PIB e dívida líquida do setor público para 39%

28/05/2009 - 15h05

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A relação entre adívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto (PIB),soma de todos os bens e serviços produzidos no país, deve chegar a39% neste mês, segundo previsão do Banco Central (BC). Em abril, adívida líquida do setor público chegou a R$ 1,125 trilhão, valor que corresponde a 38,4% do PIB. Em relação a março,houve uma elevação de 0,9 ponto percentual.De acordo com o BC, a valorização cambial, ouseja do real em relação ao dólar, contribuiu para esse aumento,“respondendo por uma elevação de R$ 23,1 bilhões, no período,correspondente a 0,8 ponto percentual do PIB”. Em abril, avalorização cambial foi de 5,92%. Para maio, a previsão é de 7%. Quanto menor a relação entre dívida líquida dosetor público e PIB, maior é a confiança do investidor de que opaís é capaz de honrar seus compromissos. Mas, para o chefe do Departamento Econômico doBanco Central (BC), Altamir Lopes, a dinâmica da dívida no longoprazo depende do comportamento fiscal, e não do câmbio. “Dependemais de ações saneadoras do Estado. Estão, se o Estado geraresultados fiscais positivos, primários importantes, a médio prazoa tendência dessa dívida é de acomodação, é de queda. É issoque se tem observado ao longo do tempo.”Segundo Lopes, por causa da crise financeirainternacional, é natural que as receitas do governo tenham caído,mas o resultadoprimário ainda é suficiente para manter a dívida sob controle.A previsão para maio da relação entre dívida ePIB ainda não conta com a retirada da Petrobras do cálculo dosuperávit primário (economia feita pelo governo para o pagamento dejuros da dívidas), como propôs o governo. Com a exclusão daPetrobras do cálculo, a dívida pode aumentar, uma vez que a estatalé “credora líquida”, ou seja, contribui com geração recursos.Ogoverno ainda enviará ao Congresso Nacional um projeto de leipara modificar os parâmetros estabelecidos na Lei de DiretrizesOrçamentária (LDO) de 2009, com a exclusão da Petrobras do cálculodo superávit primário. No total, a meta do superávit primáriopara 2009 cairá de 3,8% para 2,5% do PIB.