Governo monta rede para desenvolvimento de carro elétrico no país

20/05/2009 - 19h21

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Com objetivo de viabilizar a produçãode baterias que sejam competitivas para a fabricação decarros elétricos no país, o ministro da Ciência eTecnologia, Sérgio Rezende, se reunirá, em Brasília,com representantes do setor acadêmico, a direçãoda Associação Nacional dos Fabricantes de VeículosAutomotores (Anfavea) e empresas eletroquímicas brasileiras, no próximo dia 26. Os veículos seriamuma alternativa menos poluente aos atuais combustíveisbaseados no petróleo. Sérgio Rezende afirmou hoje(20), ao participar do 21ºFórum Nacional, na sede do Banco Nacional doDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que a reuniãovai tentar dar uma escala maior ao programa de desenvolvimento decarros elétricos no Brasil.“O Brasil ocupa uma posiçãoímpar no mundo em termos de tração veicular,porque tem biocombustíveis na sua matriz energética. Eo biocombustível não polui como o petróleo e aprodução é local. Isso não quer dizer quenão vamos perseguir novas tecnologias”, disse. O governo está montando umarede para trabalhar no programa do veículo elétrico,informou Sérgio Rezende. O desafio, segundo ele, éfazer uma bateria adequada para os veículos, como a delithium, “que mostra ser competitiva”.Como o Brasil possui fabricantes demotores elétricos, Rezende considerou relativamente fácilfazer um veículo elétrico. “De modo que nósestamos mobilizando pesquisadores, empresas de baterias, empresas deveículos, para desenvolver o projeto de um carro nacional”,afirmou.O ministro da Ciência eTecnologia explicou, porém, que não se trata de criaruma empresa estatal para fazer veículos, “porque nóstemos hoje um empresariado muito articulado e cada vez maisconsciente de que é preciso ter inovação etecnologia para ser competitivo. Nós vamos fazer isso écom o setor privado”, afirmou.De acordo com Rezende, o veículoelétrico, atualmente, ainda não é competitivo emnenhum lugar do mundo, mesmo nos países industrializados. Eleacredita, entretanto, que a partir do desenvolvimento das baterias, ocarro elétrico será competitivo no Brasil. “Oimportante é nós não ficarmos atrás”,disse.O ex-ministro do Planejamento, JoãoPaulo dos Reis Velloso, coordenador do FórumNacional, sugeriu que seja feita uma associaçãode universidades brasileiras, como a Universidade Federal do Rio deJaneiro (UFRJ) e a Universidade de São Paulo (USP), com aPetrobras e outros centros excelência, para “passar da fasede desenvolvimento tecnológico para o nível defabricação de carros elétricos”. A idéiaé inserir também no projeto as montadoras. Disse quealguns carros elétricos chegam a ter 400 quilômetros deautonomia e velocidade entre 180 quilômetros a 200 quilômetrospor hora.

As baterias delithium-ion são utilizadas hoje em computadoresportáteis, celulares e outros pequenos aparelhos. Osfabricantes, contudo, ainda estão trabalhando em bateriassimilares que sejam seguras e representem uma relaçãocusto benefício mais eficiente para o uso em carros.