Prefeitura de Nova Iguaçu restringe trânsito de caminhões na Dutra

19/05/2009 - 16h35

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Pouco depois das 6h de hoje (19), o congestionamento na Rodovia Presidente Dutra (BR 116), sentido Rio de Janeiro,já apresentava quilômetros de extensão – uma rotina para os moradores daBaixada Fluminense, que usam a via para ir ao trabalho. Para tentar solucionar o problema, a prefeitura de Nova Iguaçu publicou nesta terça-feira decreto determinando que a partir do dia 19 de junho estáproibida a passagem de caminhões pela Via Dutra, nos dias úteis, das 5hàs 10h, no trecho que corta o município, no sentido São Paulo-Rio.Como o município não tem poder de legislar em assuntos de trânsito,visto que a rodovia é federal, a alternativa foi alegar questõesambientais. O prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, esteve na Dutradurante toda a manhã com funcionários da Defesa Civil, entregandopanfletos informando sobre a nova medida.“Temos até 30 diaspara começar a barreira ambiental e organizar o sistema de descarga.São 2.500 caminhões e carretas por dia passando por aqui", disse o prefeito. "A lentidão dotrânsito interfere na questão ambiental, mas, além disso, o trabalhadorque pega a Dutra nesse horário demora em média quatro horas para chegar aocentro do Rio. A medida vai beneficiar não só aos moradores da Baixada,mas também aqueles que acessam a Avenida Brasil, outra via complicadado Rio." A manicure Vera Caetano, que pega o ônibus na Via Dutrapara trabalhar em Duque de Caxias, aprovou a medida. “Saio às 6h30 decasa e demoro uma hora para chegar no trabalho por causa do trânsito.Quando não tem trânsito [congestionado], chego no trabalho em 20 minutos”. Rodrigo dos Santos, morador de Belford Roxo, na divisa com Nova Iguaçu, condenou a medida.Na opinião dele, o maior problema é a falta de acostamento para ospontos de ônibus. “Como não tem um vão, uma estrutura para os pontos,quando o ônibus para e engarrafa toda a pista. Acho um absurdoprejudicar o caminhoneiro, atrasar o carregamento, todo um setor daeconomia da cidade do Rio de Janeiro para beneficiar alguns motoristas.” De acordo com Lindberg, o decreto pode pressionar a concessionária queadministra a Rodovia Presidente Dutra (Nova Dutra) e o governo federala  providenciarem a construção de marginais na rodovia, nos trechos quecortam a Baixada Fluminense.  “Essa é uma batalha que começa na questãoambiental, tem repercussão no trânsito e acho que pode acabar com agrande vitória, que são as construções de marginais ao longo de toda aDutra”, disse o prefeito.O presidente do Sindicato dosCaminhoneiros do Brasil, Nélio Botelho, chamou o decreto de absurdo. “Otransporte de carga da regiões Sul e Sudeste passa obrigatoriamente pelaDutra, que é a principal rodovia do país. Criar essa proibição vaicausar transtornos para todos os setores do Brasil. Vamos tentardialogar com o prefeito, mas caso o diálogo nãoprevaleça, tomaremos medidas judiciais e, se necessário, faremosparalisação”.