Rio de Janeiro ainda tem 4.200 pacientes internados em hospitais psiquiátricos

18/05/2009 - 18h32

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Hospitais psiquiátricos no Rio de Janeiro têm 4.200 pacientes mentais, que ainda estão submetidos a internações de longa duração. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, são necessários investimentos no estado para que se cumpra a Lei 10.216, de 2001, que determina a reintegração do paciente à sociedade e prevê que a internação deva ser um último recurso para essas pessoas.De acordo com o médico psiquiatra Carlos Eduardo Honorato, da Gerência de Saúde Mental da secretaria, é preciso ampliar, no Rio, a rede de centros de atendimento psicossocial (CAPs), que oferecem uma alternativa à internação. Segundo ele, o Ministério da Saúde sugere um CAP para cada 100 mil habitantes, como um número ideal. Mas, no Rio, há apenas 109 deles, o que mostra a necessidade de implementação de, pelo menos, mais 45, se considerada a população do estado como sendo de 15,4 milhões, segundo estimativa do Insituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).“A gente precisa de uma rede que funcione, para acolher essas pessoas e para não precisar interná-las, poder tratar fora [dos hospitais], dar remédio, dar orientação para a família. E, para os pacientes que perderam seus vínculos familiares, precisamos de residências terapêuticas, onde os pacientes ficariam referenciados nos CAPs e ambulatórios e sob a atenção de ‘cuidadores’, para resolver o problema de moradia”, afirmou Honorato.Segundo ele, para a implementação dos CAPs, é preciso que os municípios recebam verbas federais, no valor mensal de R$ 1.000 para cada paciente. Hoje (18) foi comemorado, em todo o Brasil, o Dia Nacional de Luta Antimanicomial, uma data de protesto contra a internação em manicômios de pessoas com transtornos mentais.