Mantega considera CPI da Petrobras desnecessária e diz que ela não ajuda em nada

18/05/2009 - 17h36

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, criticou hoje (18) a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras. “Não era necessário”, afirmou, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), onde abriu o 21º Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae).Mantega lembrou que o Tribunal de Contas da União (TCU) já fiscaliza de forma permanente a estatal. “De modo que, se houvesse dúvidas quanto ao comportamento da Petrobras, [este comportamento] seria esclarecido sem causar maiores traumas”.Mantega destacou que a Petrobras é a maior empresa brasileira, considerada uma das melhores companhias do mundo e responsável por fazer um volume superior a 1% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país, em investimentos a cada ano no Brasil. Em 2009, ela estará investindo cerca de R$ 60 bilhões no país.“Portanto, é a empresa que mais investe. Você atrapalhar essa empresa, provocar  alguma turbulência na Bolsa – porque ela tem ações em Bolsa, no Brasil e no exterior –,  comprometer alguma possibilidade de captação que ela possa querer fazer, não ajuda em nada”, disse o ministro.Ele espera, contudo, que a CPI não atrapalhe os investimentos da estatal. Afirmou que isso vai depender de como a CPI for conduzida. “Se ela for conduzida de forma benigna e construtiva, ela não vai atrapalhar. Até mesmo porque eu  acredito que a CPI não vai apurar nada importante em relação à Petrobras”.Do mesmo modo, o ministro crê que a CPI não será obstáculo à votação das mudanças nas regras da poupança, anunciadas na semana passada pelo governo federal. A percepção até agora é que os parlamentares, tanto do governo como da oposição, têm demonstrado rapidez  na aprovação das medidas implementadas pelo governo para combater a crise. Entre elas, citou a medida que permitiu que bancos públicos adquirissem outros bancos.“De modo que eu sinto que existe um sentido patriótico”. Ele destacou que a  hora é de união de todos para defender os interesses do Brasil e da população brasileira. “E não para atrapalhar. Mesmo com a CPI, eu acredito que o bom senso vai prevalecer”.