Dólar cai ao menor nível dos últimos sete meses e fecha semana a R$ 2,07

08/05/2009 - 20h15

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A moeda norte-americana encerrou a semana cotada a R$ 2,071, o menorpatamar dos últimos sete meses. Foi a terceira desvalorização seguidado dólar, que caiu 1,8% hoje (8). O valor da moeda teria caído ainda mais se o BancoCentral não tivesse realizado leilão para comprade dólares, no início da tarde.A última intervenção dessa natureza, realizada pelaautoridade monetária, foi no dia 10 de setembro do ano passado, quando ainda não se sentia os efeitos mais adversos da crise financeira internacional.O BC anunciou oleilão de compra no final da manhã, quando a cotação do dólar tinhabaixado a R$ 2,069 em virtude de especulações sobre forte entrada derecursos externos na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A Bovespa fechou o pregão de hoje com alta de 1,96%, o mesmo aumento doÍndice Dow Jones de Nova Iorque.Foi a segunda vez nesta semana que o BC interveio no mercado de câmbio para segurar a cotação da moeda norte-americana. Na última terça-feira(5), o BC realizou leilão de swap cambial reverso e retirou US$ 3,412bilhões do mercado, provocando a única alta do dólar na semana, de 0,84%.O BC não admite, porém, que as intervenções tenham sido feitas com essa intenção, como afirmou ontem (7), no Rio de Janeiro,o diretor de Política Econômica, Mário Mesquita. Hoje, o Banco Central divulgou nota em que contesta as afirmações de que realizou o leilão para provocar alta na cotação do dólar. A autoridade monetária remete, inclusive, a outra nota, divulgada em janeiro de 2004, quando o BC divulgou sua estratégia de atuação no mercado cambial.O BC afirma que faz parte dessa estratégia realizar compras de divisas no mercado com o objetivo de recompor as reservas internacionais do país. Ainda relembrando texto da nota de 2004, o banco destacou que não se comprometeria a alcançar nenhuma metaespecífica no processo de aquisição de divisas, embora tivesse porobjetivo aumentar as reservas do país no médio prazo. A política decompra de divisas, justifica o Banco Central, baseia-se nas condições de liquidez e tem como objetivo não  trazer volatilidade ao mercado cambial, nem interferirna tendência de flutuação da taxa de câmbio. “Talpolítica trouxe benefícios inegáveis para a economia, permitindo oenfrentamento da mais severa crise financeira observada na economiamundial desde os anos 30 do século passado, sem rupturas de políticanem descumprimento de contratos. Foi o volume das reservasinternacionais que permitiu, e ainda permite ao Banco Central, suprirliquidez em segmentos, como no financiamento do comércio exterior,aonde a atuação do setor privado ainda não se normalizou", diz a nota.