Índice de empregabilidade de ex-alunos da rede federal de escolas técnicas chega a 72%

07/05/2009 - 17h26

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O índice deempregabilidade de alunos que fizeram cursos em escolas técnicasfederais chega a 72%, segundo pesquisa divulgada hoje (7) peloMinistério da Educação (MEC). Dos 2 milex-alunos entrevistados que estudaram, entre2003 e 2007, em uma das 130 escolas pesquisadas 65% trabalhavam em sua área de formação.Por anos, as escolas federais formam cerca de 40 mil técnicosem cursos com duração média de dois anos.O governo federal estáexpandindo a sua rede de escolas técnicas que agora sãochamadas de Institutos Federais de Educação Ciênciae Tecnologia (Ifets). Hoje, o país tem 215 unidades e até2010 irá concluir as obras de outras 139. Para o secretáriode educação profissional do MEC, Eliezer Pacheco, oresultado não surpreende porque há grande demanda pormão de obra especializada no país.“Eu arriscaria dizerque não há técnico de nível médiodesempregado no país, há os que optaram por outrasatividades. No último levantamento que fizemos havia 2 milpostos de trabalho no país não ocupados por falta demão de obra qualificada. O Brasil ainda importa um grandenúmeros de técnicos estrangeiros para trabalhar aqui”,avalia Pacheco.Do total deentrevistados, 34% apenas trabalham e 38% trabalham e estudam. No total, cerca de 7% nãofazem nenhuma dessas atividades. O Sul do país é aregião com melhores resultados: 74% dos ex-alunos estãoempregados e 77% na área em que se formaram. “As diferençaseconômicas entre as regiões é muito grande e issose reflete na empregabilidade. O Sul tem um processo dedesenvolvimento industrial mais acentuado”, explicou.Entre as mulheres oíndice de empregabilidade cai para 66%. Além disso, 49% delas ocupa postos detrabalho que não estão ligadas com a área deformação. Na avaliação de Pacheco, oresultado é reflexo da discriminação no mercadode trabalho. “Os empregadores ainda acham que existe trabalho dehomem e trabalho de mulher. Na área técnica isso éainda mais forte”, afirmou.O secretárioacredita que os altos índices de alunos que conseguiram umavaga no mercado de trabalho está ligado ao perfil dos cursosque são escolhidos de acordo com as necessidades de cadaregião. Dentre os empregados, 74% trabalham em locais comdistância máxima de 50 quilômetros das escolas em que estudaram.“Eles estãocontribuindo com o desenvolvimento local porque os cursos tem umarelação com os sistemas produtivos da região.Quem escolhe os cursos que serão ofertados não éo MEC, mas a comunidade da região”, explicou. Para o secretário,ainda predomina no país a cultura “bacharelista” com asupervalorização do ensino superior em detrimento aformação profissional. “Isso tem a ver com a nossahistória das relações de trabalho. Em paísesdesenvolvidos não há nenhuma desonra em ser operário.Mas aqui muita gente ainda prefere ser um doutor desempregado do queum técnico”, avaliou.