PMDB nega querer saída de José Múcio da coordenação política e reitera apoio ao ministro

04/05/2009 - 21h44

Alex Rodrigues e Carolina Pimentel
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Nofinal de semana, a imprensa noticiou que o PMDB, maior partido da basealiada, estaria pressionando o governo para ficar com o cargo ocupadopelo ministro José Múcio Monteiro, da Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela coordenação política entre o governo e o CongressoNacional. Segundo o líder do partido na Câmara, deputado HenriqueEduardo Alves (RN), o ministro é “imexível”.“Para nós, ele éimexível. Ele é o ponto de equilíbrio da base do governo na Câmara dosDeputados. Portanto, no que depender do PMDB ele fica onde está. Efica muito bem onde está”, disse Alves.Para o senador RomeroJucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado, Múcio é um parceiro fundamental paraa aprovação de propostas do governo no Legislativo.“Todo o PMDB, tanto daCâmara quanto do Senado, reafirmou a posição de apoio ao ministro JoséMúcio, que tem sido um parceiro fundamental na construção política detudo que temos aprovado na Casa”, afirmou o senador.Os doislíderes reafirmaram o apoio após reunião com o presidente Luiz InácioLula da Silva, também com a presença do presidente da Câmara, MichelTemer (PMDB-SP). Ao serem questionados se cogitam convidar Múcio paraintegrar os quadros do PMDB, Jucá afirmou que seria uma honra ter oministro no partido, porém a legislação eleitoral não permite mudanças.Múcio é deputado federal licenciado pelo PTB de Pernambuco.Jucánegou que o encontro com Lula visava discutir as recentes demissões defuncionários comissionados na Empresa Brasileira de Infra-EstruturaAeroportuária (Infraero). Desde que assumiu o comando da empresa, em dezembro de2008, o brigadeiro Cleonilson Nicácio Silva promoveu mudançasestatutárias, que resultaram na demissão de pelo menos 50 ocupantes decargos em comissão, entre as quais estariam pessoas ligadas ao PMDB. Osenador afirmou que a empresa tem autonomia para tomar suas própriasdecisões administrativas e cabe á direção responder por elas. “Em nenhummomento traria um assunto deste para o presidente. Quem deve tratardisso é o presidente da Infraero e o ministro da Defesa [NelsonJobim]”, disse. Romero Jucá assegurou que o PMDB não vai interceder emfavor de nenhum dos demitidos. “Quem perdeu o cargo na Infraero deveprocurar outro local para trabalhar. A discussão do PMDB não é pautarqualquer cargo específico na relação política com o governo”.Jucáafirmou que o motivo da reunião com Lula era discutir medidasprovisórias em tramitação no Congresso, entre elas, uma sobre o programahabitacional Minha Casa, Minha Vida. O encontro com o ministro NelsonJobim, que tinha agenda marcada com Lula, foi apenas uma “coincidência”,justificou o senador.