Sarney pede que Ministério Público participe investigação sobre irregularidades no Senado

04/05/2009 - 11h51

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), já determinou ao corregedor Romeu Tuma (DEM-SP) que acione o  Ministério Público para participar das investigações sobre possíveis irregularidades nos contratos com instituições financeiras para explorar a concessão de empréstimos consignados para servidores. Tuma disse à Agência Brasil que a autorização foi dada por Sarney na noite da última quarta-feira (29), logo após a votação da Medida Provisória 449, que anistiou as dívidas tributárias de até R$ 10 mil.Hoje (4), Romeu Tuma encaminhará um ofício ao Banco Central para que examine a movimentação financeira dos bancos com os empréstimos consignados feitos aos servidores do Senado. No ofício, o corregedor solicita também que o banco analise o comprometimento de cada empréstimo tomado para saber se ultrapassaram os limites permitidos por lei.Tuma quer saber ainda se houve autorização por parte do ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi em eventuais empréstimos que tenham ultrapassado o limite de prazos legais. Quanto à participação da Polícia Federal nas investigações, o corregedor destacou que ela deve ser acionada pelo Ministério Público, que é o responsável pelas análises primárias das irregularidades denunciadas.O corregedor disse também que a perícia a ser feita pelo Banco Central geralmente não ultrapassa 15 dias. “Eles têm um cruzamento de dados muito eficiente para saber quem ultrapassou os limites e se houve autorização do Zoghbi”, afirmou Tuma.O diretor da Polícia do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, afirmou que, no caso específico da investigação sobre evetuais abusos praticados na concessão de empréstimos consignados para servidores, o Ministério Público já está participando. "Automaticamento, quando se abre o inquérito, o Ministério Público pode vir ao Senado, a qualquer momento, para requerer os documentos que julgar necessário."Tuma informou também que vai pedir à diretoria-geral que não conceda a aposentadoria solicitada pelo ex-diretor na semana passada. “Se, porventura, ficar comprovado pelas investigações do Ministério Público que ele se beneficiou nos contratos, ele terá que retornar aos quadros do Senado para receber a punição”, disse o senador.