Gripe suína prejudica adesão do México ao grupo dos Bric, diz economista

04/05/2009 - 15h17

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A gripe suína poderá retardar o processo de inclusão do México ao Bric - grupo de países em desenvolvimento formado por Brasil, Rússia, Índia e China - e adiar  a constituição dessas nações em um grupo de emergentes, cujo papel teria destaque no desenvolvimento internacional.

A avaliação foi feita, em entrevista à Agência Brasil, por João Paulo dos Reis Velloso, superintendente do Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae) e ex-ministro do Planejamento. A expectativa, segundo ele, era que o México já estivesse integrando o Bric este ano.

Com isso, a denominação do grupo passaria a ser Brimc, ampliando sua atuação no cenário mundial. Reis Velloso  admitiu, porém, que, diante da gripe suína, poderá ocorrer, inclusive, um problema de aceitação dos próprios membros do Bric em relação ao México.

O economista avaliou também que a adesão do México faria com que os países que integram o grupo tivessem mais peso em conjunto nas negociações internacionais. "Na medida emque o mundo piora e os Bric pioram menos, a posição dosBric como um G-4 ou G-5 ganha mais destaque como grupo.”

O fortalecimento do Bric e sua atuação frente à crise global é o tema de abertura do 21º Fórum Nacional, que o Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae) promove de 18 a 21 deste mês, no Rio de Janeiro.  Coordenador do evento, Reis Velloso disse que o evento será integrado ao Plano de Ação Contra a Crise, lançado  no mês passado  pelo Inae, com apoio das federações das indústrias de São Paulo (Fiesp) e do Rio de Janeiro (Firjan).

O fórum passará a ser “uma espécie de continuação ou aplicação do Plano de Ação, para criar melhores instrumentos para que ele [o Plano de Ação] aconteça”, afirmou.

Os debates vão girar em torno da crise global e a reação do Brasil; a  superação de obstáculos e as oportunidades diante da crise; a utilização do pré-sal como meio de fazer do Brasil um dos grandes atores no mundo do petróleo;  avanços na melhoria da matriz energética brasileira; oportunidades econômico-sociais; dentre outros temas.

O 21º Fórum Nacional será realizado na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro.