Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Cerca de 300 pessoas, na maioria integrantes da comunidade judaica, realizaram uma manifestação, no final da manhã de hoje (3), na Praça dos Arcos, na confluência entre as avenidas Paulista e Angélica, na zona oeste da cidade, para protestar contra a visita ao Brasil do presidente do Irã, Mahmoud Ahmandinejad, nesta quarta-feira (6).Durante o ato, os manifestantes, incluindo representantes de minorias como homossexuais, evangélicos e bahais, defenderam que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, não deveria receber oficialmente o presidente daquele país.“Esse presidente [iraniano] não respeita os direitos humanos, nega o Holocausto, quando seis milhões de judeus foram mortos, quer construir uma bomba atômica para jogar em Israel e matar todos que são contra as suas diretrizes”,  justificou Persio Bider, presidente da Juventude Judaica Organizada do Brasil, um dos presentes ao ato. Na opinião dele, o Brasil, sendo um país “democrático, que respeita todos” deveria se opor à vinda de Ahmandinejad.Para o presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Cláudio Lottenberg, está existindo um equívoco da Nação ao dar ao presidente iraniano “um status a um indivíduo, que há 15 dias, fez uma manifestação ruim não apenas em relação ao que já vem há tempos advogando, que é o desaparecimento do Estado de Israel. Ele criticou os europeus e americanos por terem criado um estado democrático que respeita as vontades individuais, a livres expressões”.Lottenberg defendeu que o perfil do presidente brasileiro destoa de alguém que é capaz de ser anfitrião de Ahmandinejad. Na classificação dele, o presidente Lula é um político “democrata, responsável e comprometido com o processo de eqüidadade, de inserção social, como demonstrou nesse país, nesses últimos anos e no momento em que se presta a dar essa credibilidade, eu acho que ele está dando a esse homem uma legitimidade que ele não merece”.A Conib encaminhou ao presidente Lula uma carta em que manifesta sua posição contrária à visita oficial do presidente iraniano ao país, lembrando que o seu governo viola os direitos humanos dos próprios iranianos e implementa uma política de desestabilização do Oriente Médio.Representando os homossexuais, Ari Teperman, disse que, cada vez mais, o povo brasileiro tem sido ouvido e por isso espera que esse protesto seja levado em consideração.