Lula diz que dinheiro da CPMF começa a fazer falta aos municípios

01/05/2009 - 17h39

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (1º), na inauguração da unidade de reabilitação da Rede Sarah, na capital fluminense, que os recursos advindos da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) começam, agora, a fazer falta aos municípios. Como à época em que a prorrogação do tributo foi rejeitada pelo Senado, em dezembro de 2007, o presidente voltou a criticar o que chamou de “o jogo político” que impediu a continuidade da cobrança da CPMF.“Foi um momento contra a saúde do país [a revogação]. Hoje, ao se conversar com os prefeitos, será possível perceber que eles estão sentindo os efeitos da falta de recursos para saúde", afirmou. Lula disse que a contribuição era o imposto “mais justo” que o país já teve e que  foi revogado “por pura ideologia”. Com o fim da cobrança, o governo deixou de arrecadar cerca de R$ 40 bilhões por ano.“Certamente todos que votaram contra não vão a hospitais públicos da periferia para se tratar. Votaram contra por ódio, porque era preciso enfraquecer o governo do presidente Lula. Ou seja, uma cretinice ideológica e política sem precedente”, disparou. O presidente também lembrou que 17 estados das 27 unidades federativas não investem em saúde os 12% previstos na Constituição Federal. “Um dia, a história do país vai mostrar que quando a pequenez e o jogo rasteiro tomam conta da política, quem paga é o país”, concluiu. A unidade da Rede Sarah inaugurada hoje custou cerca de R$ 180 milhões e tem capacidade de atender mensalmente até 20 mil pacientes com problemas que afetam o sistema nervoso central. O local também será dedicado à pesquisa.