Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Alémde ter direitos trabalhistas como qualquer trabalhadorbrasileiro, as empregadas domésticas querem um combate mais rigoroso contra a violência pelos patrões e repressão à exploração do trabalho infanto-juvenil doméstico.“Nossaluta vai além dos direitos trabalhistas. É algomais amplo que faz parte da luta contra a discriminaçãode mulheres, contra o preconceito racial, contraa violência doméstica e contra a exploraçãodas crianças e dos adolescentes”, destaca a presidenteda Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas(Fenatrad), Creusa Maria e Oliveira. AFenatrad estima que mais de 470 mil adolescentes e atécrianças brasileiras estão trabalhando em serviçosdomésticos. “É um tipo de serviço que acabasendo alvo de exploração, porque impede essascrianças de estarem na escola. Além disso, elas têm uma remuneraçãomenor que a prevista em lei." AOrganização Internacional do Trabalho (OIT) aponta os efeitosnocivos dessa “forma oculta de trabalho infantil”,principalmente porque crianças que trabalham como domésticasficam afastadas de suas famílias e sem oportunidade de estudarou brincar. De acordo com a OIT, trata-se de uma mão-de-obraque está sujeita a toda sorte de exploração.Asdomésticas querem ainda que o governo federal reative oprograma Trabalho Doméstico Cidadão, lançadopelo Ministério do Trabalho, em 2006, com o objetivo de oferecerqualificação profissional. De acordo com Creusa, o programa não funcionou em 2007 e 2008. “Precisammos retomar esse programa.”