Governo usará fiscalização eletrônica para conter desmatamento na Amazônia

23/04/2009 - 20h36

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Afiscalização eletrônica dos grandes frigoríficos é a novo instrumento que o governo federal vai usar para conter o desmatamento na Amazônia. O ministro daAgricultura, Reinhold Stephanes, afirmou hoje (23) que entrará emfuncionamento no ano que vem um novo sistema de controle de abate deanimais criados na Região Norte. O objetivo é reduzir a derrubada deárvores da Floresta Amazônica.Stephanes disse, em entrevistacoletiva concedida na sede da Sociedade Rural Brasileira (SRB), em SãoPaulo, que a pecuária é a maior causa do desmatamento da floresta.Segundo ele, se o governo conseguir evitar que a carne do gado  criadoem áreas desmatadas ilegalmente chegue ao mercado, a derrubada deárvores tende a acabar.Pelo novo sistema, cada animal terá uma espécie de registro com o nome da fazenda em que foi criado e o nome de outrasp propriedades por onde passou até chegar ao abate.O governo vai cruzar, eletronicamente, os dados de georreferenciamento dessas fazendas comos dados de desmatamento na Amazônia. Se uma dessas propriedadesestiver derrubando árvores ilegalmente, o abate não poderá serrealizado pelos frigoríficos.Segundo Stephanes, o novo sistemajá está sendo estruturado. Ele disse, inclusive, que o governo do Pará eos cinco maiores frigoríficos do estado, onde é abatida grande parte dogado criado na Região Norte, já concordaram em adotar o método defiscalização.“Não podemos mais derrubar uma árvore da Amazôniapara criar gado”, afirmou Stephanes, citando ainda queo fim do desmatamento da floresta deve constar também das metasdo governo para elaboração do novo Código Florestal.Em suavisita à SRB, o ministro debateu com representantes do setoragropecuário a necessidade da criação de uma nova legislação ambientalpara o país, ainda neste ano. Em sua palestra, ele afirmou que, secumprido rigorosamente, o atual Código Florestal pode inviabilizarnovos empreendimentos agrícolas e também a produção de cerca de 1milhão de pequenos agricultores.