Economista aponta alta na venda de eletrodomésticos, mas sugere medidas mais amplas

22/04/2009 - 16h12

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Com a reduçãodo Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para oseletrodomésticos da linha branca (fogões, geladeiras emáquinas de lavar), as lojas especializadas investiram em promoções e em propaganda, tendo como carro-chefe essesprodutos. Segundo o economista Marcelo Solimeo, da AssociaçãoComercial de São Paulo, isso contribuiu para aumentar omovimento e as vendas das lojas no fim de semana prolongado. Para ele, qualquer reduçãode imposto é positiva, mas seria preferível o governotomar medidas mais amplas, “como a redução do Impostosobre Operações Financeiras (IOF), que reduziria tambémo crediário para tudo, e beneficiaria todas as vendas a prazoe não somente algum segmento”. Na opinião deSolimeo, escolher determinados setores é sempre muitoproblemático, porque outros segmentos acabam demandandobenefícios semelhantes.Sobre as vendas dos eletrodomésticos da linha branca, Solimeo destacou que aslojas repassaram de fato a redução do IPI para o preçodo produto e que algumas chegaram a fazer cortes adicionais paraatrair ainda mais o consumidor. Ele disse que, com o imposto reduzido, quem tinha planos de adquirir algum bemdesse tipo poderá inclusive antecipar a compra. E pode ocorrer tambémem um certo deslocamento.“No Dia dasMães, quem poderia pensar em outros presentes, deve aproveitarpara comprar esses produtos em função do incentivo”.Oeconomista ressaltou ainda que, como o comércio vive umasituação de demanda mais fraca, é possívelque o aumento das vendas da linha branca ocorra à custa deoutros produtos. “Porque a renda está mais contida, oconsumidor, mais cauteloso, e os juros, mais altos. O cenáriobásico continua o mesmo, mas estão sendo incentivadosalguns produtos dentro de um mesmo cenário”. Por isso,explicou Solimeo, o consumidor que está endividado devepriorizar um produto ou outro.