Brasil envia missão à China para buscar equilíbrio no comércio bilateral

22/04/2009 - 19h48

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Representantes dos governos brasileiro e chinêsdiscutem, até a próxima sexta-feira (24), em Pequim,fórmulas para harmonizar o comércio bilateral, que temsido amplamente favorável aos exportadores chineses nos doisúltimos anos. Depois de registrar superávits de2001 a 2006, o Brasil contabilizou déficits comerciais de US$1,87 bilhões em 2007 e de US$ 3,63 bilhões em 2008, oque representa um salto de 94%.Esse desequilíbriocomercial motivou a realização da 1ª Reuniãoda Subcomissão Econômica e Comercial da ComissãoSino-Brasileira de Alto Nível de Concertação eCooperação, que discute as variáveis dointercâmbio Brasil-China, inclusive a possibilidade deinvestimentos do Banco da China em território brasileiro. Adelegação nacional que está na capital chinesa échefiada pelo secretário de Comércio Exterior, doMinistério do Desenvolvimento, Indústria e ComércioExterior, Welber Barral.De acordo com o ministério, oBanco da China vai abrir, em São Paulo, sua primeira agênciana América do Sul. Há informações de quea China está preparando linhas de financiamento acima de US$11 bilhões para o Brasil. Estudo do banco alemãoDeutsche Bank aponta que existe hoje uma segunda onda deinvestimentos da China no exterior, em meio à crise global,desta vez acionada por bancos e seguradoras chinesas que pretendemter uma ação globalizada. O estudo também mostraque o Brasil está no radar dos chineses.No fluxocomercial, observa-se que mais de 90% das exportaçõesbrasileiras são de produtos de baixo valor agregado. Dados doministério indicam expansão de 52,6% das vendasnacionais para a China em 2008, quando se compara ao resultado de2007. Os principais produtos que saíram do Brasil para o paísforam soja, minério de ferro, petróleo e derivados, querepresentam 73% da pauta exportadora para a China.Segundomaior comprador de produtos brasileiros no primeiro trimestre desteano, atrás apenas dos Estados Unidos, os chineses viram abalança comercial bilateral virar mais uma vez a favor doBrasil, o que já ameaça o superávit comercialchinês sobre o Brasil. Eles compraram, no período, oequivalente a US$ 3,4 bilhões, com crescimento de 62,7% emrelação aos US$ 2,1 bilhões de exportaçõesbrasileiras no primeiro trimestre de 2008.Em contrapartida, as importaçõesbrasileiras de produtos chineses no trimestre sofreram retraçãode 12,8% em relação ao mesmo período do anopassado (caíram de US$ 4,1 bilhões para US$ 3,6bilhões). Como resultado do crescimento das exportaçõesbrasileiras para a China e da menor internalização deprodutos chineses aqui, o déficit brasileiro nas relaçõescomerciais diminuiu de US$ 2,1 bilhões, no primeiro trimestrede 2008, para US$ 221 milhões, de janeiro a março desteano.