Dia do Índio é comemorado no Rio com a presença dos kayapó

20/04/2009 - 7h36

Flávia Vilella
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Rituais, artesanato e pintura corporal marcaram o Dia do Índio nesse domingo (19) no Rio de Janeiro.Cerca de 30 índios da tribo Kayapó, da Aldeia Moikarakô, no Pará,participaram das celebrações organizadas pelo Museu do Índio, emBotafogo, na zona sul da cidade. Houve uma apresentação das cerimônias daFesta do Peixe e do Milho.O cacique Akyaboro, líder da maiortribo Kaiapó do Pará, acha importante esse contato com as pessoas dacidade para que elas conheçam melhor sua cultura. “As festas queapresentamos hoje duram o ano inteiro. Na Festa do Peixe, nósregistramos os nomes das nossas crianças recém-nascidas. Na Festa doMilho, nós comemoramos a colheita."O caciqueexplicou que os kayapó vivem na região do Xingu, na Amazônia. A línguafalada pertence à família lingüística Jê e os kayapó têm dialetosdiferentes. Segundo dados da Fundação Nacional do Índio (Funai), em 2000 apopulação era de 6.300 pessoas. Maria Eduarda, de cinco anos, disseque só havia visto um índio na televisão e que gostou muito daapresentação. “Eles são muito bonitos e cantam muitodiferente. Agora, quero ir lá na Amazônia conhecer a casa deles. O diretor do Museu do Índio, José Carlos Levinho, acredita que as atividades ajudam o público do Rio de Janeiro aentender melhor a realidade indígena. “O contato direto ajuda aquebrar um pouco o estereótipo que ainda é muito forte com relação aoíndio,” disse.  Para o presidente da Funai, Márcio Meira,que participou da festa, o Dia do Índio é uma oportunidade de reflexãocrítica sobre a história do Brasil, que é muito pouco conhecida. “Muitospensam que os índios são iguais aos norte-americanos ou que são umatribo só. Nós temos quase 1 milhão de indígenas de 225 povosdiferentes no Brasil, com línguas e culturas diferentes. É preciso quea sociedade brasileira entenda que eles são parte da nação e têm tantosdireitos quanto qualquer cidadão”. As celebrações do Diado Índio fazem parte de uma série de atividades promovidas pelo Museudo índio desde o dia 15 e continuarão até o dia 26 deste mês. A partirde hoje(20) até o dia 26, os fulni-ô, de Pernambuco, farão apresentações dedanças tradicionais de sua cultura nos jardins do museu. Os fulni-ô sãoos únicos do Nordeste que conseguiram manter ativa a sua próprialíngua, o yatê, do tronco Macro-Jê. Sua população é estimada em 2.930pessoas (dado de 1999).