Relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos devem avançar, apesar da crise

17/04/2009 - 17h49

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As relações entreBrasil e Estados Unidos tendem a avançar, indicando para o aumento de investimentos no mercadobrasileiro, apesar do momento decrise global. A avaliação é do novo presidente daCâmara de Comércio Americana no Rio de Janeiro, RobsonBarreto, empossado hoje (17). Para isso, segundo Barreto, contribui o fato de o Brasil ter atualmente uma economiadiversificada, “bastante distinta daquela que tínhamos naúltima década”.

O presidente da Câmarade Comércio Americana também acredita que o bomrelacionamento entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silvae Barack Obama abrirá espaço para a discussão esolução de temas como o tratado contra a bitributação.Barreto acha que a manutenção do sistema tarifáriode preferências dá ao Brasil e, inclusive, àspróprias empresas americanas instaladas no país e queexportam para fora, vantagens competitivas.

O sistema tarifáriode preferências foi estabelecido pelos Estados Unidos em 1976.Ele permite que alguns países em desenvolvimentosejam enquadrados como beneficiários de um sistema depreferências comerciais. Por meio dessas preferências,os países beneficiados exportam produtos para o mercado americano comincentivos tarifários, deixando-os com preços maiscompetitivos.

Para Barreto, noentanto, um desafio que se impõe no momento é comovencer as medidas protecionistas em implementação nosEstados Unidos, país que “sempre foi um grande defensor dolivre comércio e, hoje em dia, pelas própriasdificuldades da economia americana, “começa a estabelecermedidas protecionistas do tipo buy American (compre produtosamericanos), que preocupam quem faz negócios”.

O presidente da Câmarade Comércio Americana afirmou que há razões parao Brasil ter preocupações em relação aseu principal parceiro comercial, mas lembrou que a pauta deexportação brasileira é bastante diversificadapara o mercado norte-americano. “Temos razões para terpreocupação mas, ao mesmo tempo também, paracelebrar, porque a nossa economia tem condições únicasde superar esses desafios dos próximos anos”, disse.

Ele avaliou que aestabilidade que a economia brasileira está demonstrando nestemomento de crise mundial tem funcionado como uma espécie deporto seguro para várias empresas multinacionais, inclusiveamericanas, mostrando que a demanda e o consumo continuam vigorosos,apesar da crise. “Então, mais do que nunca, o Brasil évisto um pouco como essa figura de ser um porto seguro parainvestimentos e para o retorno de lucros e de se ganhar mercado nomomento em que todo mundo está perdendo mundialmente”,afirmou.