Paraná é o único estado com crescimento da produção industrial em 12 meses, indica IBGE

06/04/2009 - 14h24

Lúcia Norcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - A produçãoda indústria paranaense cresceu 1,5% no mês defevereiro, em comparação a fevereiro de 2008. O Paranáfoi o único estado com desempenho positivo entre as unidadesda Federação pesquisadas pelo Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística(IBGE). A produção do estado avançou 5,7% em fevereiro, ante a de janeiro,na série com ajuste sazonal, após acréscimo de8,2% em janeiro. A média móvel trimestral ficou em0,4%, interrompendo dois trimestres de queda, como mostra apesquisa divulgada hoje(6) pelo IBGE.Segundo Julio Suzuki,coordenador do núcleo de conjuntura do Instituto Paranaense deDesenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), o crescimentoregistrado em fevereiro pode ser atribuído ao desempenhopositivo de dois dos principais segmentos: o de alimentaçãoe do setor de edição e impressão.Suzuki destacou que das14 atividades pesquisadas seis tiveram taxas positivas – acontribuição mais importante foi a do setor de ediçãoe impressão, com 184,5%. “Nos últimos doze meses,essas empresas aumentaram sua produção em 60%”,explicou.Esse crescimentoatípico foi explicado também pelo aumento deencomendas governamentais de livros brochuras ou impressos didáticospara atender o início do ano letivo, aponta a pesquisa doIBGE. O coordenador do Livro Público Didático daSecretaria de Estado da Educação, Jairo Marçal, disse que se depender do governo o setor de edição eimpressão continuará contribuindo para o crescimento daprodução industrial do estado.Segundo Marçal,só no início do ano, foram 1,1 milhão deexemplares. Uma terceira edição do Livro PúblicoDidático, acrescentou, está sendo concluída.O presidente doSindicato das Indústrias Gráficas do Paraná , Sidney Parciornik, disse que a indústriagráfica do estado tem abocanhado parte do mercado nacional dolivro didático, já que lá estãoconcentradas grandes editoras que vendem praticamente para todo oBrasil. “Tivemos recentemente a reforma ortográfica, o quetambém ampliou a tiragem de dicionários atualizados.Foi um item que, com certeza, fez crescer a nossa produçãográfica”.Segundo o presidente dosindicato, muitas empresas aproveitaram o câmbio baixo dodólar – antes da crise mundial – para investir namodernização de seus equipamentos e na compra de novasmáquinas. “No meu caso, produzi mais porque fizinvestimentos em máquinas. Houve um incremento de 20% a 25% naprodução e no faturamento de minha gráfica. Eisso possibilitou a contratação de oito a dezfuncionários”.A indústria dealimentos cresceu 7% em relação a fevereiro do anopassado, com destaque para a fabricação de carnes emiudezas de aves; tortas, bagaços e farelos da extraçãodo óleo de soja. “Não podemos esquecer que o Paranáé o maior produtor nacional de aves. Temos aqui o agronegócioimpulsionando o crescimento do setor”, lembra Suzuki. O estado éo principal produtor e exportador do Brasil, responsável por27% da produção nacional.