Polícia Federal instaura processo administrativo contra o delegado Protógenes Queiroz

03/04/2009 - 20h57

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O delegado Protógenes Queiroz, que coordenou a Operação Satiagraha da Polícia Federal, confirmou, hoje (3), durante visita ao Congresso Nacional, a instauração de processo administrativo disciplinar contra ele pela Polícia Federal por participação em atividade político-partidária. “Hoje foi instaurado o primeiro processo administrativo contra mim, processo disciplinar, instaurado para apurar responsabilidade funcional do servidor Protógenes, em virtude de participação em atividade político-partidária”, disse.Protógenes informou que em 30 de setembro do ano passado fez um pronunciamento, em Poços de Caldas (MG), de apoio e solidariedade a um candidato a prefeito da cidade. Ele nega que tenha falado em nome da Polícia Federal e ameaça recorrer à Justiça. “Isso [o processo] é um ato indigno, e é um ato que merece uma reparação do Poder Judiciário”. Segundo ele, há uma minoria na PF que deseja sua expulsão, mas que a maioria tem outra postura. “Eu vou buscar a proteção do Poder Judiciário para reparação, porventura, de algum ato causado neste sentido de chegar à demissão”, afirmou.Em relação ao inquérito que responde na PF sobre o suposto vazamento de informações da Operação Satiagraha, comandado pelo delegado Amaro Vieira, Protógenes Queiroz afirmou que o inquérito teve “um único objetivo de ser uma perseguição pessoal”.O delegado Protógenes também afirmou que a decisão da Justiça norte-americana que mantém o congelamento dos bens do banqueiro Daniel Dantas e do Fundo Opportunity, nos Estados Unidos, “é uma vitória do Brasil, porque praticamente o Brasil tomou a postura de recorrer desta decisão, e é uma decisão que tem como objetivo esperar que os fatos sejam devidamente esclarecidos”. O delegado informou que na próxima semana deverá retornar ao Congresso para manter contatos com deputados e senadores. Ele tem um depoimento marcado na Comissão Parlamentar de Inquérito das Escutas Telefônicas Clandestinas (CPI dos grampos) para quarta-feira (8) da próxima semana. No entanto, o presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), já admitiu que o depoimento poderá ser transferido para o dia 14, caso o delegado Paulo Lacerda confirme o depoimento para o dia 15.