General diz que é flagrante a ausência do Estado nas áreas de fronteira da Amazônia

01/04/2009 - 18h12

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - O comandante militarda Amazônia, general Augusto Heleno Pereira, disse hoje(1º), em Manaus, que a ausência do Estado éflagrante, principalmente nas áreas de fronteira da Amazônia.  “O que jáfoi percebido não só por mim, mas por todos os quevisitam a Amazônia, é a ausência flagrante doEstado brasileiro, principalmente nas áreas de fronteira, ondemuitas vezes a única presença física efetiva édo Exército”, disse. O general fez umaavaliação do trabalho que realizou no CMA nos últimosdois anos e lembrou que a região sempre foi cobiçadapor sua riqueza natural. De acordo com Heleno, a Amazônia não pode ser vistacomo um “país amigo” e sim como um patrimônio dopovo brasileiro. “Conseguimos avanços fundamentais para que a Amazônianão seja vista como um país amigo. A Amazônia éBrasil e precisamos ter isso na cabeça. Não restamdúvidas de que a Amazônia é cobiçada.Seria ingênuo pensar que só os brasileiros pensaram emaproveitar os recursos naturais da região. Acho que temos odireito e o dever de aproveitar esses recursos em prol do povobrasileiro, dentro da política de desenvolvimentosustentável”, afirmou.De acordo com ocomandante militar da Amazônia, a região representa umgrande desafio, principalmente pelo seu tamanho, comparável aárea ocupada pela Europa Ocidental. Ela possui 3,6 milhõesde quilômetros quadrados, o equivalente a 42% do territórionacional. “ Talvez o maior desafio da Amazônia esteja emvencer as dificuldades inerentes à própria grandezaterritorial da região”, afirmou.O militar tambémfalou das dificuldades de deslocamentos na Amazônia por causada precariedade do sistema de transporte. “Existe na regiãouma situação de transporte bastante crítica. AAmazônia é uma área com deslocamentos difíceise problemáticos”Na próximasegunda-feira (6), Heleno vai passar o comando do CMA para o generalLuís Carlos Gomes Mattos. Segundo o oficial, seu sucessor temvasta experiência militar, com 43 anos de serviçoprestado ao Exército. “O general Matos conhece muito bem oExército e a Amazônia porque serviu muitos anos naBrigada de Infantaria Para-Quedista , que é uma forçaestratégica com atuação freqüente naregião. Desejo a ele que seja tão feliz quanto eufui aqui e receba imediatamente todo apoio que eu recebi do povodesta região. Essa população precisa muito denós”, disse.Depois de passar ocomando do CMA, o general Augusto Heleno deverá assumir oDepartamento de Ciência e Tecnologia do Exército, emBrasília.