Brasil não vai abrir cabotagem a armadores estrangeiros, afirma ministro

01/04/2009 - 18h50

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governo brasileiro não tem intençãode abrir o mercado de cabotagem - transporte de cargas no interior do país por vias fluviais ou marítimas - a operadores estrangeiros, afirmouhoje (1º) o ministro-chefe da Secretaria Especial dePortos, Pedro Brito. “Nós não temos no Brasil uma consolidaçãono mercado que nos permita abrir as portas para os armadoresinternacionais”, disse. A abertura definitiva da cabotagem aosestrangeiros significaria, na avaliação de Brito,“matar o embrião que existe da cabotagem no Brasil”. Oministro destacou que o país precisa avançar comcautela nessa área, dando condição para que aindústria naval brasileira “possa produzir com competênciaos navios de que nós precisamos e que a cabotagem combandeira brasileira se estruture para, depois, abrir [o mercado]”. O ministro explicou que o mercado de cabotagem édominado por poucas empresas em nível mundial. “Os quatrogigantes armadores do mundo detêm 50% do mercado mundial danavegação de longo curso. Por isso, não dápara pegar empresas locais e colocar numa concorrência abertacom eles.” A idéia, disse Brito, é estruturarprimeiro o mercado nacional de cabotagem, que apresenta grandepotencial de crescimento. “Principalmente quando nósincorporarmos a possibilidade da navegação interior,com a construção de eclusas nas principais hidrovias ea interligação das hidrovias com os principais portosdo país, como está ocorrendo no Nordeste brasileiro”,explicou.