Especialista defende parceria entre policiais e professores para conter violência nas escolas

25/03/2009 - 14h51

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O cientista político João Trajano de Lima Sento-Sé defendeu hoje (25) a ampliação de parcerias entre profissionais de segurança e de edução como forma de ajudar a combater a violência nas escolas. “O profissional de ensino se sentemuito desamparado, desprotegido e muito pouco equipado para lidar com aquestão concreta da violência, da insubordinação e a experiência dopolicial pode ser de grande ajuda”, explicou Sento-Sé, coordenador acadêmico do 1º Seminário Estadual sobreViolência Escolar, que teve início hoje no Rio de Janeiro.“Poroutro lado, o policial cujo treinamento é muito mais voltado para o usoda força e o enfrentamento pode aprender muito com o professor que temna palavra e no diálogo o seu instrumento de trabalho e de produção deconhecimento”, defendeu durante o evento, realizado pela Polícia Civil com o apoio da Secretaria de Educação.O coordenador aposta que o encontro será o primeiro passo para a ampliaçãodessas parcerias e servirá também para aproximação entre policiais e professores. Participam do evento especialistas na área de segurança, professores, sociólogos e policiais.Renata Lopes Moreira, professora de uma escola estadual em São João do Meriti, Baixada Fluminense, alerta que asdrogas estão muito presentes nas escolas públicas e ajudam a aumentar a violência. “A família muitas vezes também atrapalha. Há pais de alunosque incentivam os filhos a bater nos colegas”, afirmou. Ela contou que há algunsanos um aluno jogou uma cadeira na professora que teve que serinternada com derrame nos olhos. A professora PatríciaAparecida Pereira da Silva disse que as brigas e as ameaças a docentes são comuns no colégio estadual onde trabalha, também na BaixadaFluminense. Para ela, o seminário terá o intuito de orientar o profissional de ensino. “Nós precisamos deidéias de saber até onde podemos ir. Hoje em dia os alunos acham quepodem tudo, não têm limites. Espero sair daqui com idéias para passarpara eles e para minhas colegas professoras o que podemos e não podemosfazer.”O chefe de Polícia Civil, Gilberto Ribeiro, acreditaque o encontro busca discutir formas de prevenir a violênciano ambiente escolar. Segundo ele, a partir do resultado desse seminário, serápossível determinar estratégias de cooperação mais eficientes e de longo prazo.