Bancos prevêem economia estagnada e aumento da inadimplência em 2009

24/03/2009 - 18h08

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A economia brasileira deve ter um ano de estagnação em2009, com crescimento de apenas 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a produção total de riquezas do país, de acordocom levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), divulgadohoje (24). O crescimento fraco mostra uma desaceleraçãosignificativa em relação aos 5% de expansãoregistrados no ano passado, explicou o economista-chefe da federação,Rubens Sardenberg

Noentanto, segundo ele, o Brasil estáem uma situação mais confortável do que outrospaíses. “A idéia é de que a economia brasileira vaificar praticamente estagnada num cenário em que a economiamundial vai sofrer um corte do PIB”, disse.

Mesmocom a estagnação deste ano, a pesquisa reflete umotimismo em relação à recuperaçãoda economia brasileira. Espera-se um crescimento de 3,2% no PIB de2010.

O estudomostra também uma previsão de um dos maiores índicesde inadimplência desde 2000, com os atrasos no pagamento de parcelas de empréstimos podendo chegar a 5,4%. RubensSadenberg reconheceu que o número é elevado, masgarantiu que está “dentro de um patamar controlável”.

Apesardo aumento da inadimplência, as taxas de juros cobradas pelasinstituições financeiras estão em tendênciade queda, segundo o economista. A diminuição no custodo crédito deve ser acompanhada por uma redução nademanda por financiamento, estimada em 13,9% para pessoas físicase 15,8% para pessoas jurídicas.

Caso a tendência dequeda nos juros se confirme, as compras a prazo podem ficar maisinteressantes. Atualmente, o preço do crédito aindareflete os efeitos da crise financeira.

A taxabásica Selic, definida pelo Banco Central, deve cair para 10,25% ao ano em abril e chegar a 9,25% ao ano em junho,nível que poderá ser mantido pelo resto do ano, de acordocom as expectativas dos bancos. Ainflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estáestimada em 4,3%, abaixo da meta do governo de 4,5%.