Sindicato dos Metalúrgicos distribui cestas básicas a demitidos de empresa alemã

23/03/2009 - 13h17

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os mais de 60 empregados demitidos, no último dia 20 de fevereiro, da empresa Bekun do Brasil, fabricante de embalagens de plástico, que compareceram hoje (23) à sede da companhia, receberam uma cesta básica do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e de Mogi das Cruzes. A medida foi uma forma de reduzir as dificuldades que esses trabalhadores estão enfrentando depois serem dispensados sem receber as verbas rescisórias, informou o presidente do Sindicato da categoria, Miguel Torres. A título de protesto, desde o último dia 3 , um grupo, com o apoio do sindicato, ocupa o galpão da fábrica.Torrres criticou a atitude da empresa de ter entrado com pedido de recuperação judicial logo após a demissão em massa. “Não vemos nenhum motivo para a Bekun entrar com esse pedido na Justiça e por isso pedimos a instauração de dissídio coletivo junto à Justiça trabalhista”, argumentou o líder sindical. A expectativa é de que o recurso seja apreciado ainda nesta semana.Procurada pela Agência Brasil, a porta-voz da empresa, Anneliese Moretiz, do escritório jurídico Felsberg e Associados, contratado pela Bekun para acompanhar o caso, informou que o pagamento aos trabalhadores não poderá ser feito, no momento, sob pena de crime. Ela justificou que no último dia 16, o juíz da 1ª Vara de Falência da Justiça do Estado de São Paulo, Luiz Alexandre Lazzarini, deu parecer favorável ao pedido de recuperação judicial.“Diante disso, a Bekun não pode pagar nenhum credor pelo prazo de seis meses e no que se refere às questões trabalhistas, a companhia terá prazo de um ano para quitar seus débitos”, alegou Moretiz. Ainda segundo a advogada, a empresa, que tem sede na Alemanha e mantém outra subsidiária nos Estados Unidos, tomou tal decisão em razão dos resultados financeiros negativos que vem registrando desde 1997. Com a crise financeira internacional, agravada no segundo semestre do ano passado, conforme Moritz, “afetando os negócios lá fora, além do aumento da concorrência no mercado interno”, o balanço patrimonial da empresa fechou 2008 com um déficit de R$ 2,4 milhões. Só no primeiro trimestre de 2009, já acumula perdas de R$ 3 milhões.A idéia, de acordo com a advogada, é de manter uma estrutura mínima no Brasil para atender os clientes que necessitam de manutenção nos equipamentos. Além disso, ela informou que existem cerca de l.300 pedidos em carteira e que o fornecimento deverá ser feito por meio de importações da matriz. Ela não soube precisar o número exato de demitidos, mas disse que está em torno de 64. Do total, apenas 20 deverão permanecer na empresa nessa nova fase.