Comissão do Senado vai discutir efeitos da crise sobre indústrias frigoríficas nacionais

16/03/2009 - 21h59

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A crise financeira internacional e a escassez de crédito no mercado parecem ter atingidoem cheio as indústrias frigoríficas brasileiras. Só na Região Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), o calote dosfrigoríficos que entraram em recuperação judicial, em 2008, aospecuaristas é estimado em R$ 500 milhões.Este é um cálculoextra-oficial de especialistas no setor entregue ao presidente daComissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, Valter Pereira(PMDB-MS). As principais empresas que atuam na Região Centro-Oeste sãoa Arantes, Independência e Frigoestrela. Amanhã (17), às 9h30, acomissão reúne autoridades do governo e representantes do setor paradebater a crise vivida pelos frigoríficos e que, por conseqüência,atinge os pecuaristas que trabalham com gado de corte.O estudorecebido pelo senador Valter Pereira aponta que o faturamento das indústrias docomplexo de carnes continua em queda, de acordo com registros de fevereiro. Especialistas do setor avaliam que a desaceleração do setor já atinge outros elos da cadeia produtiva.Acapacidade ociosa próxima a 40% leva os produtores a pedirem oalongamento dos prazos contratuais, que mantinham com os fornecedores derações, e já se fala em inadimplência de acordo com o documento recebidopelo gabinete do parlamentar.Só em Goiás, dois mil funcionáriosque trabalhavam nas fazendas de criação de gado de corte já foramdemitidos. O presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura,Luiz Humberto Guimarães, advertiu que a demora do governo em apresentarmedidas que de preservação dos pecuaristas dos efeitos da crisefinanceira internacional  pode acarretar na falta de carne e elevaçãodos preços.Foram convidados para a audiência pública daComissão de Agricultura e Reforma Agrária, o ministro da Agricultura,Reinhold Stephanes; um representante do Ministério da Fazenda; opresidente do Frigorífico Independência, Roberto Graziano Russo; opresidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras deCarne (Abiec), Roberto Giannetti da Fonseca; o presidente da AssociaçãoBrasileira de Frigoríficos, Péricles Salazar; a presidente daConfederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu(DEM-GO); e o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, LuisCarlos Guedes Pinto.