Romaria da Terra denuncia crimes ambientais contra as águas no Rio Grande do Sul

24/02/2009 - 19h03

Lisiane Wandscheer
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Cerca de 15 mil pessoas participaram hoje (24) de um protesto para denunciar os crimes ambientais no estado do Rio Grande do Sul. Organizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT),pelo Vicariato Episcopal de Canoas e pela Conferência Nacional dosBispos do Brasil (CNBB), a 32ª Romaria da Terra também propôs a reflexão das comunidades sobre a importância da água. Com o tema "Água: sangue da Terra”, o eventodeste ano foi realizado em Sapucaia do Sul, na regiãometropolitana de Porto Alegre. Hoje pela manhã os romeiros saíram da BR-116 e fizeram umacaminhada de aproximadamente 2 quilômetros até as margens do Rio dos Sinos, onde mais de 100 miltoneladas de peixes foram encontrados mortos, em outubro de 2006. Aprincipal causa da tragédia foi o lançamento de resíduos tóxicos porempresas locais. Segundo o representante do Vicariato Episcopal de Canoas, frei Wilson Dallagnol, no fim do evento foi lida uma carta chamada "Porque tocam os sinos" e que trazia as principais reivindicações do grupo. “Ouvindo o clamor do Rio do Sinos e de tantas outras águas do Rio Grande do Sul denunciamos o crime ambiental de 2006 e acobertamento dos criminosos, o não tratamento adequado dos resíduos industriais, a omissão do poder público no tratamento dos esgotos domésticos, a equivocada visão da água como instrumento de lucro, a falta de proteção das nascentes”, diz o texto.O grupo também criticou a criminalização dos movimentos populares no Rio Grande do Sul, o fechamento, por parte do governo do estado, das escolas itinerantes de ensino fundamental nos acampamentos do Movimento do Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a não-realização da reforma agrária conforme os anseios populares.No Rio Grande do Sul, aRomaria da Terra foi realizada pela primeiravez em 1978.