Funai afirma que 8 toneladas de alimento perderam a validade durante o protesto

19/02/2009 - 21h43

Vinicius Konchinski
Enviado Especial
Dourados (MS) - Aresponsável pelo programa de segurança alimentar da Fundação Nacionaldo Índio (Funai) em Dourados (MS), Lizandra Chuaiga, afirmou hoje (19)que 4 toneladas de feijão e 4 toneladas de  fubá que seriam entregues aíndios da região venceram durante os 21 dias de protesto que fechou oescritório regional do órgão. Segundo Chuaiga, os alimentos seriam utilizados nas 13 mil cestas básicas que aFunai entrega mensalmente.“Serão 4 mil cestas básicas sem fubá e feijão”, disse Chuaiga, apontando para lotes inteiros de fubá que venceram no dia 6 de fevereiro. “A Conab [Companhia Nacional de Abastecimento] é quem entrega o alimento para gente e já avisou que não tem como repor.”De acordo com ela, só a partir do mês que vem, a entrega dos alimentos deve ser normalizada.Oprotesto que fechou a Funai foi realizado por um grupo de indígenas quepedem a exoneração da atual chefe do escritório regional de Dourados,Margarida Nicoletti. Por três semanas, eles acamparam em frente aoprédio da Funai e só deixaram o local após a Polícia Federal cumprir ummandado de reintegração de posse expedido pela Justiça Federal.Hoje,em entrevista à Agência Brasil, a índia guarani-kaiowá Dirce Veron,umas das manifestantes, afirmou ser injusto culpar o protesto peloatraso na entrega das cestas básicas e pela perda das 8 toneladas decomida. Ela afirmou que, em nenhum momento, os cerca de 40 índios queacamparam em frente à Funai impediram a entrada de servidores no órgãoe disse também que, se os alimentos venceram, é porque já tinham seuprazo de validade quase expirado. “Um quilo de feijão e 1 quilo defubá não estragam em 20 dias”, afirmou.Dirce e outros indígenas permanecem desde segunda-feira (16),quando deixaram a Funai, acampados em um praça em frente ao escritórioregional do órgão. Segundo ela, eles não deixarão o local até queNicoletti seja afastada da chefia.