Associação de servidores da Funarte rebate acusações de ex-presidente

09/10/2008 - 21h21

Morillo Carvalho
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Associação de Servidores da Fundação Nacional de Artes (Asserte) respondeu hoje (9) às acusações de que apenas um grupo de 15 funcionários teria reclamado ao Ministério da Cultura sobre abusos na gestão de Celso Frateschi, que pediu o afastamento do cargo na segunda-feira (6). O ex-presidente da Funarte fez a declaração à Agência Brasil, na noite de terça-feira (7).“Está todo mundo dando graças a Deus de eles terem saído. As pessoas se abraçam, riem e dizem 'meu Deus, que clima leve que está aqui'. Dá até vontade de rir quando ele [Frateschi] diz que isso é coisa de 15 lobistas”, disse a presidente da Asserte, Paula Nogueira.Após a declaração de Frateschi, a associação providenciou um abaixo-assinado de apoio ao manifesto encaminhado ao Ministério da Cultura, que acusava a gestão de Celso Frateschi de “intimidar” funcionários, com ações abusivas e assédio moral.“A intimidação era crescente por conta de uma centralização excessiva da gestão do Celso Frateschi e Pedro Braz [diretor executivo]. Inclusive, ele [Braz] criou uma espécie de triunvirato aqui dentro, onde decidiam ele, o auditor e a procuradoria jurídica, todas as questões da casa. Nada, de um simples grampo a um toner, nada poderia ser feito sem a autorização dele”, defendeu.Segundo Paula, a assembléia não tinha 15 "lobistas, como Frateschi saiu espalhando na mídia”. A ata do encontro, também enviada à Agência Brasil, pontua sete problemas e cita “ineficiência administrativa” e “editais impostos pela direção”. Em entrevista, o ex-presidente da Funarte disse que “infelizmente o ministério deu ouvidos a eles [a associação de funcionários]”.A Asserte também rebateu as declarações do ex-presidente de que o acúmulo de processos que aguardavam a análise da Funarte para enquadramento na Lei Rouanet (de Incentivo à Cultura, nº 8.313/91) teria ocorrido por causa da greve dos servidores, no ano passado.A associação atribui o acúmulo a uma paralisação voluntária, por cerca de sete meses, do funcionamento do setor que analisa os processos, em decorrência da não-renovação de contratos de sete dos 11 pareceristas externos (responsáveis pelas análises), o que teria deixado 3,2 mil projetos sem análise. Em maio deste ano, a Funarte teria contratado 20 novos pareceristas, sem licitação e sem experiência em análise de projetos culturais.“Os projetos analisados pela Funarte em 2006 foram 4.572, e em 2007, foram 4.494, em 73 dias. Eles [a direção da Funarte] foram diminuindo esses contratados, o ministério pedindo que eles recontratassem, e eles não recontrataram. Agora, no final, eles fizeram uma contratação a toque de caixa de 20 pareceristas, sem experiência – tem nutricionista, ex-office boy. E eles sofrem pressão, acabam tendo que aprovar aquilo que a direção executiva quer. A quem interessa esse nível de terceirização?”, questiona.