PF abre inquérito para apurar vazamento de informações da Satiagraha

25/07/2008 - 19h53

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A Polícia Federal abriu, em São Paulo, inquérito para investigar o vazamento de informações da Operação Satiagraha, deflagrada no último dia 8. A Corregedoria da PF, em Brasília, enviou o delegado Amaro Ferreira à Superintendência Regional da PF em São Paulo para  apurar o caso.O inquérito, instaurado ontem (24), tem prazo de 30 dias para ser concluído, mas poderá ser prorrogado, caso o delegado Ferreira considere necessário.  O Ministério Público Federal (MPF), que abriu no último dia 18 procedimento administrativo para investigar as queixas do delegado Protógenes Queiroz de que teria sido afastado do comando da operação, continua esperando o envio de informações solicitadas à Polícia Federal.No procedimento, o procurador da República Roberto Antonio Dassié Diana pediu à PF cópias de  todas as solicitações de material e recursos humanos feitas por Protógenes ao longo da investigação. Dassié Diana também quer cópia do inquérito em andamento na PF para apurar vazamentos.O MPF pediu ainda a gravação integral da reunião, realizada no último dia 18, que culminou com o afastamento do delegado, e mais uma série de outras informações.De acordo com o Ministério Público Federal, a gravação da reunião já foi enviada  à instituição. As demais informações ainda estão sendo aguardadas.Coordenador do Grupo de Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público Federal em São Paulo, Dassié Diana disse à Agência Brasil, na última quarta-feira (23), que o procedimento administrativo aberto para apurar as queixas do delegado Protógenes não deverá ser concluído no prazo inicial de 30 dias.“Até pela quantidade de informações que solicitei, imagino que não esteja solucionado em 30 dias, o que implicaria na prorrogação por 90 dias”, afirmou Dassié Diana. O procedimento foca a eventual ocorrência de obstrução aos trabalhos do delegado e também o vazamento de informações. Quando estiver de posse de todo o material, Dassié Diana deverá promover interrogatórios para posteriormente encaminhar a conclusão do trabalho. Há três possibilidades de desfecho para o procedimento instaurado pelo MPF: denúncia criminal, recomendação administrativa à PF, passível de ensejar ação judicial em caso de descumprimento, ou recomendação pelo arquivamento.