Líder do governo rebate críticas da oposição sobre CPI dos cartões corporativos

13/02/2008 - 19h35

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), rebateu há pouco as afirmações da oposição de que a base aliada na Casa não quer assinar o requerimento de criação da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) para investigar os gastos com os cartões corporativos e com as contas do tipo B."Nós não vamos aceitar esse jogo de que a oposição tenta dizer que o governo está temendo a investigação. O governo não teme nenhuma investigação. Assina a CPMI e vai participar dela", disse Fontana. E acrescentou: "O presidente Lula orientou a nossa base no sentido de que ela, mais do ninguém, quer esta CPI. Porque chega dessa conversa mole de estar acusando, sem provas, o nosso governo, levantando ilações permanentemente, tentando colocar o nosso governo sob suspeita".Fontana disse que só não assinou o requerimento por não ter sido procurado pelo autor, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP): "Só hoje deixei três recados no gabinete dele e ele não me procurou. Só não assinei porque ele não trouxe o requerimento." Segundo o líder, o requerimento poderia ser mais completo e incluir as contas do tipo B, "mas mesmo assim vamos assinar, porque acreditamos no compromisso que o deputado Carlos Sampaio assumiu, dizendo que nós vamos investigar os último dez anos e todas as despesas de suprimento".Sobre as críticas que fez à criação da CPMI, alegou que foram feitaspor entender que o país tem outras prioridades estratégicas e que oMinistério Público, a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunalde Contas da União (TCU) podem fazer as investigações com "muito maisprofundidade". Na opinião de Fontana, a investigação deve ser "republicana" e quem tiver responsabilidade vai ser punido e pagar pelo que fez. Em relação a ceder um dos dois cargos mais importantes da Comissão para a oposição – a presidência ou a relatoria –, disse não concordar e argumentou que fez um levantamento das últimas 30 CPIs, nas quais os dois cargos ficaram sempre com as duas maiores bancadas: "A proporcionalidade é regra democrática e temos que respeitá-la."