Participantes de audiência na Câmara criticam atuação policial em faculdade da USP

06/12/2007 - 20h05

Roberta Lopes e Mariana Jungmann
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - A Comissão deDireitos Humanos e Minorias da Câmara realizou hoje (6)audiência pública para discutir ações daPolícia Militar (PM) de São Paulo em faculdades doestado. A atuação policial foi criticada pelosparticipantes, e as autoridades envolvidas foram convidadas, mas nãocompareceram.Segundo o diretor do Centro Acadêmico daFaculdade de Direito do Largo de São Francisco, daUniversidade de São Paulo (USP), Walter de Andrade, ainterferência da polícia na ocupação noprédio da faculdade mostra que há uma falta de diálogoentre os estudantes e a diretoria da instituição. "Osestudantes e movimentos sociais fizeram uma ocupaçãopacífica no prédio da Faculdade de Direito da USP eforam tratados pelo Batalhão de Choque da PM. Isso mostra adificuldade de diálogo democrático do diretor dafaculdade em estabelecer [o diálogo] com os alunos",afirmou Andrade.A presidente da União Nacional dosEstudantes (UNE), Lúcia Stump, disse que o episódio naFaculdade de Direito da USP traz o debate sobre o tratamento dado aosmovimentos sociais no Brasil e sobre a democratizaçãoda universidade pública. “Os movimentos sociaisocuparam o Largo São Francisco justamente por saber que afaculdade de direito da Universidade de São Paulo é umadas maiores ilhas de exclusão que podemos ver dentro dauniversidade brasileira”, declarou Stump.O deputado IvanValente (PSOL-SP) considerou que a ação da políciapaulista é abusiva não só com universitários,mas com outros representantes de movimentos sociais como o Movimentodos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “Eu tenho acompanhado emSão Paulo os muitos problemas que estamos assistindo de uso daviolência, da força desmedida e da criminalizaçãodos movimentos sociais”, disse o parlamentar.O deputadoPedro Wilson (PT-GO), que presidiu a audiência pública,informou que fará um novo convite às autoridades.