Nove comunidades receberão recursos para projetos contra trabalho escravo

20/01/2007 - 18h51

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Nove comunidades de municípios do Piauí, Maranhão, Tocantins e Pará receberão apoio técnico e financeiro para desenvolver projetos de combate ao trabalho escravo. As comunidades foram selecionadas pela organização não-governamental Repórter Brasil e pela Secretaria Especial de Direitos Humanos para fazer parte do projeto Escravo, nem pensar!. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) apóiam a iniciativa. Os recursos, no valor de até R$ 1 mil para cada um dos projetos selecionados, serão usados para atividades como grafitagem, programas de rádio, palestras, encontros, caminhadas, pesquisas, produção de panfletos e cartilhas, confecção de cartazes e camisetas. De acordo com o coordenador da Repórter Brasil, Leonardo Sakamotto, as comunidades escolhidas para fazer parte do projeto têm alto índice de pessoas aliciadas para trabalho escravo. “Nesses municípios também atuam os "gatos" – que são os contratadores dessa mão-de-obra para os fazendeiros –, então é fundamental que a população local seja bem informada sobre essa questão”, disse. Os projetos selecionados farão parte do projeto que capacita educadores, professores, líderes comunitários e sindicais a conscientizar a população da região onde vivem sobre os perigos desse tipo de trabalho. “O objetivo é criar multiplicadores, criar atores que levem a palavra contra o trabalho escravo adiante na sua comunidade”, acrescentou.Já foram beneficiadas mais de 3.100 pessoas dos estados do Pará, Mato Grosso, Tocantins e Piauí. Segundo Sakamotto, o projeto será estendido para o sertão baiano, onde também é alto o índice de trabalhadores em regime análogo à escravidão.