Alckmin diz que proposta de controlar gastos públicos visa ao crescimento do país

11/10/2006 - 21h53

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Ocandidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB/PFL) afirmou hoje que suaproposta de governo de realizar uma redução nas contas do governo, o chamado“ajuste fiscal”, terá como objetivo aumentar as taxas de crescimento daeconomia brasileira. "Nós vamos fazero ajuste fiscal, aliás é o que nós aprendemos a fazer. O Mário Covas (ex-governadortucano de São Paulo) fez um grande ajuste no governo de São Paulo e nósvamos fazê-lo”, disse ele. Alckmin participou de caminhada na zona lesteda capital paulista, em companhia do governador eleito de São Paulo, o também tucanoJosé Serra. O candidato à Presidência disse que sua proposta para equilibras ascontas do governo inclui a redução do “déficit nominal”, ou seja, a diferençaentre o que governo arrecada e gasta, incluindo-se o pagamento com rolagem dadívida pública. Ele afirmou ainda que o ajuste vai permitir que o país tenhajuros menores. O tucano criticou a atual política do governoem relação aos gastos públicos. "Existe uma política fiscal frouxa,aumento de gasto, quer dizer, má qualidade do gasto público", disse. Aconseqüência disso, segundo ele, se abate sobre o setor produtivo:"Política monetária muito dura, maior imposto do mundo e câmbio que tira acompetitividade”. O ex-governador de São Paulo disse ser a favordo câmbio flutuante, ou seja, o valor do dólar definido pelas flutuações do mercado, e não decretado pelo governo. “Aliás, o governo usa câmbio flutuante administrado,compra dólar para administrar o câmbio, mas não atinge a raiz do problema”, afirmou. Ontem, ementrevista à imprensa, um dos assessores do PSDB para assuntos econômicos,Yoshiaki Nakano, havia defendido, em caráter pessoal, a adoção de um câmbio administrado e controle temporário sobre entrada de capitais. Alckmin responsabilizou os juros altos pela“enxurrada de dólares” que sobrevaloriza a moeda brasileira e, na avaliaçãodele, emperra o crescimento."Claro que assim vai desvalorizarartificialmente o dólar e tirar a competitividade das empresas", disse."É preciso (fazer as correções na economia) não na base dacanetada, mas na base de uma política articulada, monetária, fiscal e cambialpara o Brasil voltar a crescer." Otucano também afirmou que, se eleito, procurará acabar com a reeleição e criticou as regras atuais para esse instrumento. "O que eu quero deixar claro, e acampanha está mostrando isso, é o quanto a reeleição sem regras permite o abuso de poder”,disse. “Nós estamos vendo todos osministros virarem cabos eleitorais, órgãos do governo virarem comitês, autilização da máquina com finalidade eleitoral. É um vale-tudoimpressionante." A emenda constitucional que autorizou areeleição para cargos do Executivo foi aprovada durante o governo FernandoHenrique Cardoso (PSDB), em 1997. A regulamentação da emenda, que permitiu queum prefeito, governador ou presidente continue no cargo enquanto faz campanhapela reeleição, também foi realizada na época.