Novo sistema de observação permitirá previsão de desastres naturais

24/08/2006 - 0h44

Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A previsão de tsunamis, furacões e outros desastres naturais em escala mundial, com antecedência de um a seis meses, será possível a partir do próximo ano. Apresentado durante o 11º Congresso Mundial de Saúde Pública e 8º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, que se realiza até sexta-feira (25), o Sistema de Observação Global da Terra (Geos) vai integrar os sistemas de informação e monitoramento de diversos países e disponibilizar gratuitamente os dados por meio da internet e de um sistema de televisão. De acordo com o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara, "não existe preço para a humanidade, para a preservação da Terra – a integração das informações vai permitir prever catástrofes e ainda agregar a outros dados relativos a saúde, agricultura, energia, entre outros, para possibilitar decisões e medidas preventivas no momento certo”.. O sistema, informou Câmara, vai ampliar a obtenção e propagação de informações como as que já são trocadas hoje entre Brasil e Estados Unidos por meio de acordos bilaterais. “Com os satélites americanos nós monitoramos diariamente a região amazônica. Quando ocorre um ponto de desmatamento, comunicamos imediatamente à Polícia Federal e aos órgãos de proteção ambiental para que tenham ação rápida”, explicou. O diretor do INPE disse que a observação de mudanças climáticas pode ajudar também a combater doenças tropicais, como a dengue, já que de posse das informações produzidas, os governos poderão tomar medidas preventivas antecipadamente. O Geos vai contar com mais de mil pontos de coleta de dados espalhados pelo planeta e pelo espaço, como satélites, bóias, sensores e outros dispositivos. Já fazem parte do projeto, liderado por países como Estados Unidos, Japão e Rússia, cerca de 60 nações e 43 organizações internacionais. O Brasil integra o conselho executivo, composto de 13 nações. “O Brasil tem tecnologia espacial para participar de um programa internacional dando uma contribuição significativa e única. Nós temos a obrigação de participar de esforços mundiais para preservação do planeta porque eles nos ajudam a presevar nossa biodiversidade, nossa capacidade de promover o agronegócio e um desenvolvimento sustentável”, afirmou Câmara.