Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - A VarigLog quer a impugnação dos votos das empresas de leasing (aluguel) que rejeitaram a proposta de alteração do plano de recuperação judicial da empresa, durante a assembléia de credores realizada hoje (17). Segundo o presidente da Varig, Márcio Bottini, essas empresas são credores que têm pequenas dívidas.
A VarigLog é ex-subsidiária da Varig e até agora o único proponente à compra da companhia. O pedido de impugnação, apoiado também pelos Sindicatos Nacionais dos Aeronautas e Aeroviários, será encaminhado ao juiz Luiz Roberto Ayoub, que preside o processo de recuperação judicial da Varig desde o dia 17 de junho do ano passado. Bottini disse acreditar em reversão do resultado, após a análise do juiz.
O advogado da Varig, Fábio Carvalho, explicou que a votação a favor de grandes credores pode ser levada em conta para a análise da Justiça, conforme prevê a lei, "porque nós temos esmagadora maioria de créditos aprovando a proposta e, na verdade, toda essa multiplicidade de nãos é de uma ou duas pessoas". Na assembléia anterior, que em maio aprovou a primeira alteração no plano de recuperação judicial da Varig, as empresas estrangeiras de leasing optaram pela abstenção de votos.
Pela proposta da VarigLog, a Varig Operacional – que engloba as rotas domésticas e internacionais da Varig e da Rio Sul, e toda a estrutura comercial (sistemas de vendas e de reservas e balcões de atendimento – teria preço mínimo no leilão de US$ 20 milhões. A VarigLog desembolsaria cerca de R$ 500 milhões pela empresa, incluindo as chamadas obrigações acessórias, como debêntures (títulos conversíveis em ações) para pagamento de parte da dívida com trabalhadores e o fundo de pensão Aerus, mais o comprometimento de investir ao longo do tempo até US$ 485 milhões na nova Varig.
A receita da Varig velha, ou Varig remanescente, que permaneceria em recuperação judicial, viria da contratação de serviços pela VarigLog. "Isso daria, de imediato, um fluxo de caixa de R$ 20 milhões anuais, ou até R$ 40 milhões no médio prazo", revelou Fábio Carvalho.
