Spensy Pimentel
Enviado especial

Recife - O Ministério das Relações Exteriores avalia que deve ocorrer ainda neste ano a primeira transferência de dinheiro da França e do Chile a partir da criação do primeiro dos chamados "mecanismos inovadores de financiamento para o desenvolvimento" – no caso, um pequeno acréscimo nas taxas aeroportuárias sobre viagens internacionais, implantada nos dois países.

A informação foi dada hoje (22) pelo secretário do Departamento para Direitos Humanos e Questões Sociais do ministério, Alan Coelho de Séllos. Ele participou do seminário internacional Financiamento para o Desenvolvimento, atividade que integra o 2º Fórum Social Brasileiro.

Segundo Séllos, o Brasil também deverá contribuir ainda neste ano para a nova central internacional de distribuição de medicamentos. "No nosso caso, isso se dará com recursos orçamentários normais, já que a lei que cria a nova taxa ainda não foi aprovada no Congresso", explica ele. Ainda segundo o secretário, 13 países já anunciaram a adesão à nova taxa.

A central de medicamentos deverá ser o primeiro projeto executado com dinheiro oriundo dessa iniciativa e se destinará a repassar medicamentos contra doenças que afetam especialmente os países mais pobres do mundo, como a Aids, a malária e a tuberculose. Séllos conta que está em discussão a maneira exata como se dará essa ação, mas que ela deve envolver uma prioridade ao combate à transmissão "vertical" – ou seja, de mãe para filho – do vírus HIV.

O secretário participa do grupo de trabalho internacional que atualmente discute a implementação dos novos "mecanismos de financiamento". Ele diz que os recursos transferidos pela França este ano deverão chegar a 250 milhões de euros, enquanto o Brasil contribuirá com US$ 12 milhões.