Recife tem maior taxa de desemprego entre cinco capitais, aponta IBGE

20/04/2006 - 13h26

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Rio - A população desocupada da região metropolitana de Recife aumentou 21,7% em março. Cerca de 45 mil pessoas passaram a fazer parte desta categoria. Foi o maior índice registrado na comparação com outras cinco metrópoles estudadas pela Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com os dados divulgados hoje (20), a taxa de desemprego em Recife ficou em 16,5% em março, contra 15,9% de fevereiro e 14,1% em março de 2005. Para as seis maiores regiões metropolitanas do país, a taxa de desemprego em março ficou em 10,4%.

Para o coordenador da pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo, o aumento do desemprego em Recife está associado ao mau aproveitamento do potencial turístico da região. Ele lembrou que as taxas de desemprego na cidade vêm se mantendo altas desde julho do ano passado e que agora houve a maior explosão.

"Apenas em junho do ano passado a taxa saiu dos dois dígitos e recuou para 9,6%, mas o movimento foi em função da festa junina. De lá pra cá, o nível de ocupação vem caindo", observa Azeredo.

"No entanto, este movimento não se refletiu na renda do trabalhador, cujo rendimento médio real em março deste ano foi de R$ 720, um aumento de 6,1% em relação a fevereiro e de 10,5% em relação a março do ano passado."

Na região metropolitana de São Paulo, com maior peso no resultado nacional, a taxa de desemprego em março ficou em 10,6%, considerada estável em relação a fevereiro (10,5%) e a março de 2005 (11,5%).

"Esta estabilidade já é um fato interessante, já que é na região onde o crescimento econômico acontece primeiro e a resposta para o total das seis regiões metropolitanas envolvidas na pesquisa é bastante expressivo", avaliou o coordenador da pesquisa do IBGE.

Segundo ele, o resultado das outras regiões ficou dentro do estimado. Em Salvador a taxa de desemprego de março ficou em 13,7% (13,6% em fevereiro e 15,7% em março/2005); em Belo Horizonte, a taxa foi de 9,3% (9,1% em fevereiro e 10,7% em março/2005); no Rio de Janeiro, de 8,5% (7,9% em fevereiro e 8,4% em março/2005); e em Porto Alegre, de 8,3% (7,5% em fevereiro e 7,9% em março/2005).