Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Ao defender, em plenário, parecer favorável à cassação do mandato do deputado José Mentor (PT-SP) o relator do processo, Nelson Trad (PMDB-MS), disse que o deputado paulista feriu a ética e o decoro parlamentar ao receber R$ 120 mil da empresa 2S Participações, de Marcos Valério, através do seu escritório de advocacia.

Na época, José Mentor era relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Banestado. Nelson Trad disse que Mentor errou ao fazer um contrato de trabalho com a empresa de Valério, apontado como operador de um suposto esquema de pagamento de mesadas a parlamentares em troca de apoio ao governo.

Na defesa, Mentor afirmou que sua inocência chegou a ser atestada pelo primeiro relator do processo no Conselho de Ética, deputado Edmar Moreira (PFL-MG), que pediu o arquivamento do processo por falta de provas. "Isso atesta a minha inocência, que reafirmo diante deste plenário", disse ele.

Entretanto, o texto de Moreira foi rejeitado pelo conselho. O deputado Nelson Trad foi escolhido novo relator e defendeu a cassação do paramentar paulista. Mentor reafirmou que o dinheiro foi recebido em pagamento de honorários advocatícios por serviços prestados pelo seu escritório.