Bianca Paiva
Da Agência Brasil

Brasília- Coordenadores estaduais de alimentação e nutrição do Ministério da Saúde estão reunidos em Brasília para discutir a ampliação de ações voltadas para essa área. O VI Encontro Nacional de Alimentação e Nutrição começou ontem (18) e termina amanhã (20).

De acordo com a coordenadora-geral da Política de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Ana Beatriz Vasconcelos, a eliminação da desnutrição, a promoção de uma alimentação saudável e o controle das carências por micronutrientes são os eixos principais das ações discutidas no encontro.

Segundo ela, o grande desafio da área hoje é lidar com a dupla carga de doenças, ou seja, as principais conseqüências da má nutrição: a desnutrição e a obesidade. "Se por um lado continuamos a ter a desnutrição, que ainda está presente nas camadas mais pobres da população, a gente também encontra a obesidade em proporções alarmantes em todo o país e também nas áreas de grande desigualdade social", disse. "Então, o tema principal que desafia a área de saúde e nutrição é justamente como lidar com dupla carga da má nutrição, do que ela traz de desnutrição e do que ela traz de obesidade e agravantes para as doenças crônicas não transmissíveis", acrescentou.

A coordenadora destacou também a necessidade de organização da área de alimentação e nutrição no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). "As questões peculiares a essa organização institucional, como de financiamento, recursos humanos e planejamento das ações, são os temas principais que trazem a necessidade urgente de que o Ministério da Saúde trabalhe e organize de forma mais sistematizada a atuação nos três níveis de gestão do SUS", observou.

Vasconcelos informou que o governo está trabalhando com os coordenadores dos estados da região Norte em uma ação emergencial para eliminar os problemas de desnutrição, diarréia e até de morte de crianças.

A coordenadora de Alimentação e Nutrição do estado do Amazonas, Ester Mourão, afirma que na região a desnutrição entre menores de cinco anos também é grave. "Geralmente quando se fala em desnutrição e mortalidade infantil se pensa na região Nordeste. A gente tem mostrado nos últimos encontros que, infelizmente na região Norte, nós também temos problemas graves de desnutrição", disse. "Recentemente, o trabalho isolado de uma nutricionista identificou aproximadamente 70% de uma população com desnutrição em menores de 5 anos", acrescentou.

Segundo ela, o Ministério da Saúde começou a dar mais visibilidade à região Norte - o problema da desnutrição em menores de cinco anos vai ser discutido junto com o problema enfrentado no semi-árido nordestino.