Central de Atendimento à Mulher recebeu 17,9 mil ligações desde novembro

19/04/2006 - 14h01

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 recebeu 17.991 ligações desde que começou a funcionar, em 25 de novembro do ano passado, até 11 de abril deste ano. Desse total, 11% dos usuários procuraram o serviço para denunciar casos de violência contra a mulher.

O balanço sobre os quatro meses em que a central funcionou em caráter experimental foi divulgado hoje (19) pela ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, em entrevista coletiva.

De acordo com o levantamento, a maior parte das ligações, 39%, foram para obter informações gerais sobre leis, serviços existentes para atendimento e à mulher em situação de violência e tipos de denúncias que podem ser feitas.

Em 38,4% dos casos, os contatos foram para buscar informações regionalizadas sobre endereços e telefones das instituições que acolhem as vítimas de violência, como Delegacias da Mulher, Casas Abrigo, e Conselhos de Direito da Mulher.

O restante das ligações foram basicamente sugestões, trotes e chamadas não relacionadas à finalidade do serviço, segundo a ministra Nilcéa Freire.

Ao comentar os números, a ministra Freire explicou que o serviço não funciona exclusivamente como disque-denúncia. "Por isso, a gente chama de central de atendimento, porque o nosso objetivo é acolher e orientar. Mas é claro que a denúncia também é acolhida".

Segundo a ministra, entre os 38,4% dos telefonemas para pedir informações sobre instituições que acolhem mulheres em situação de violência, também existem casos que, do outro lado da linha, há uma vítima de violência doméstica. "Também dizem respeito à violência, só que as mulheres ligam para obter informações sobre onde podem ser acolhidas", explicou.

Nilcéa ressaltou que a central recebe as denúncias e orienta as vítimas, mas que cabe à mulher que sofreu uma agressão procurar uma delegacia e registrar a ocorrência.

Já em relação aos 11% dos usuários que procuraram o serviço para denunciar casos de violência contra a mulher, a ministra explicou que geralmente são denúncias que necessitam de um encaminhamento posterior do poder público. Ela citou o exemplo do crime de tráfico de mulheres, sobre o qual houve um registro de atuação de uma rede no Paraná.