Fipe registra desaceleração contínua da inflação em São Paulo

12/04/2006 - 12h26

Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - A inflação para o paulistano foi menor pela terceira semana consecutiva, segundo a prévia semanal divulgada hoje (12) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou alta de 0,03% na primeira semana de abril e está em desaceleração desde a segunda semana de março, quando foi de 0,26%. Segundo o coordenador da pesquisa, Paulo Picchetti, o mês de abril poderá registrar até deflação se continuarem a cair os preços dos combustíveis nos postos.

O quadro inflacionário dos primeiros meses deste ano é melhor se comparado com o mesmo período do ano passado, quando o IPC-Fipe ficou próximo de 1% em todo o mês de abril. "No ano passado, o primeiro trimestre foi excepcionalmente ruim porque combinou o aumento das mensalidades escolares, a quebra de safra agrícola provocada pela seca no Sul e, aqui em São Paulo, houve o aumento das passagens de ônibus. Tudo fez com que fosse muito ruim", analisa Picchetti. Segundo ele, "este ano foi excepcionalmente bom, porque só teve o aumento das mensalidades escolares. Não houve aumento de transporte e a safra foi muito boa".

Picchetti destaca que pela primeira vez neste ano, o Boletim Focus (balanço das expectativas de agentes econômicos do mercado feito pelo Banco Central), divulgado na segunda-feira (10), registra expectativa de inflação abaixo da meta para este ano. "A expectativa de inflação é no que eles realmente se baseiam. E é a primeira vez esta semana que a expectativa fica abaixo da meta de 4,5% para este ano".

Picchetti destacou a importância do início da queda dos preços dos combustíveis nos postos. O item transportes, que registrou alta de 1,29% no mês de março, recuou para 0,98% na primeira semana de abril. Apesar disso, foi o de maior elevação entre os sete setores pesquisados, dos quais outros três registraram altas: Habitação (0,14%), Saúde (0,42%) e Educação (0,02%). Houve queda de preços em Alimentação (0,79%), Vestuário (0,20%) e Despesas Pessoais (0,13%).