Bastos diz que está confortável no cargo e tem a confiança de Lula

12/04/2006 - 13h39

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse que está "absolutamente confortável" no cargo e que tem a confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro disse ainda que o presidente não quer que ele saia da pasta.

"Se ele (Lula) quiser que eu não fique, eu não fico e o cargo é dele. Mas eu conto com a confiança do presidente da República, ainda ontem ele disse isso. Eu estou fazendo um trabalho respeitável no Ministério da Justiça, na coordenação do governo e vou continuar fazendo isso", disse Bastos após participar de audiência pública na Câmara dos Deputados sobre o andamento dos processos de indenização dos anistiados políticos.

O ministro da Justiça deve ir à Câmara dos Deputados na próxima terça-feira (18) para esclarecer seu envolvimento do episódio da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. O ministro já havia se oferecido para ir ao Congresso e no início desta semana pediu para antecipar o depoimento. "Eu venho com muita honra, me ofereci para depor, depois pedi a antecipação desse depoimento", informou. Segundo ele, as denúncias contra ele não têm consistência.

Thomaz Bastos deverá esclarecer alguns pontos envolvendo o caseiro, que acusou o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci de freqüentar uma casa alugada em Brasília por ex-assessores seus na prefeitura de Ribeirão Preto. Na casa, seriam realizadas festas e haveria partilha de dinheiro.

Posteriormente, Costa teve quebrado o sigilo de sua conta na Caixa Econômica Federal e a publicação do extrato na imprensa. Assessores do Ministério da Justiça estavam na casa do então ministro da Fazenda quando ele recebeu cópia do extrato da conta do caseiro.

Thomaz Bastos poderá ser questionado sobre reunião que teria participado na casa de Palocci no dia 23 de março, logo após a quebra do sigilo. A oposição afirma que a reunião seria para discutir a defesa de Palocci - prova de que Thomaz Bastos teria conhecimento do crime, tornando-o cúmplice.