Relação precária de trabalho prejudica também produtividade de empresa, diz diretora da OIT

11/04/2006 - 16h02

Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A diretora da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Laís Abramo, afirmou hoje (11) que as relações precárias de trabalho prejudicam não apenas os trabalhadores como também toda a sociedade. A diretora conclui que ocorre redução na produtividade das empresas com a ausência de garantias trabalhistas e a baixa motivação do empregado.

"O déficit de trabalho decente torna as sociedades incapazes de eliminar a pobreza, reduzir a desigualdade social e garantir a governabilidade democrática", defendeu.

Hoje (11), o assunto foi discutido em seminário promovido pela OIT, pelo Ministério do Trabalho e pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). O evento é uma preparação para a próxima conferência da OIT, marcada para maio, que deverá votar uma recomendação a ser adotada pelos países membros para promover o trabalho digno. A diretora ressaltou que o Brasil poderá contribuir significativamente nas discussões na OIT por ter uma importante tradição legal e uma "rica jurisprusdência" na área.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que o governo federal tem atuado para combater a precarização do trabalho, fortalecendo a fiscalização e inspeção. Marinho destacou, no entanto, que as ações para promover a formalização não são suficientes. Segundo ele, é preciso também gerar empregos a partir do crescimento da economia. "A melhoria da distribuição de renda, a expansão do mercado de trabalho certamente facilitará o processo de formalização do trabalho e valorização do mercado de trabalho brasileiro", afirmou.

Ele lembrou que o Brasil é elogiado por sua atuação no combate ao trabalho forçado e infantil. "Nós queremos mais que isso. Queremos com o tempo ser referência não por combater o trabalho forçado e infantil. Queremos participar do time dos países onde não tem trabalho forçado, onde não tem trabalho infantil e tenhamos um mercado de trabalho valorizado que dá garantia de cidadania para os trabalhadores".