ONGs vão apoiar unidades de conservação nas florestas de araucárias

11/04/2006 - 12h12

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil

Curitiba – Sete organizações não-governamentais (ONGs) formaram um consórcio que deve apoiar a implantação das novas unidades de conservação criadas pelo governo federal nas florestas de araucária do Paraná. Quatro unidades já saíram do papel, e a quinta, o Refúgio da Vida Silvestre do Rio Tibagi, deve ser oficializada na próxima semana.

O consórcio de ONGs será coordenado pela The Nature Conservancy (TNC), entidade que desenvolve programas de conservação em 29 países. O responsável pelo Serviço Ambiental do Programa de Conservação da Mata Atlântica da TNC, Fernando Veiga, elogiou o novo sistema aplicado pelo Ministério do Meio Ambiente na criação das unidades de conservação na região Sul.

"Os estudos prévios, as audiências públicas e as consultas feitas a vários segmentos da sociedade deram transparência ao processo", avaliou Veiga. Segundo ele, o consórcio de ONGs vai implantar o projeto Florar. Trata-se de um programa de longo prazo para integrar ações de diferentes parceiros, colaborando com governos, associações comunitárias e setor privado.

Por meio do Florar, serão restauradas beiras de rios e nascentes de água. Também devem ser criadas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). Outra missão do programa será apoiar o uso sustentável dos recursos naturais para gerar fonte alternativa de renda nas comunidades locais.

O coordenador da TNC lembra que nas florestas de Araucárias encontram-se os chamados "faxinais", sistemas tradicionais de produção trazidos pelos ucranianos que combinam o cultivo agrícola em lotes individuais com a criação comunitária de animais. A erva-mate e as plantas medicinais se constituem em fonte de renda para os moradores, que receberão toda a assistência técnica necessária.

Inicialmente, as ONGs vão atuar em uma área de 2 milhões de hectares, designada pelo Ministério do Meio Ambiente como de Extrema Importância Biológica por reunir alguns dos últimos e mais significativos remanescentes das floresta de Araucária. De acordo com dados da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, atualmente, o Paraná possui 0,8% de araucárias em estágio avançado de regeneração, ou seja, árvores mais antigas e originais.