Integração sul-americana e menor desigualdade social são metas comuns a Brasil e Chile, afirma Lula

11/04/2006 - 16h32

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (11), ao receber a presidente Michelle Bachelet, que promover a integração da América do Sul e reduzir a desigualdade social são metas comuns do Brasil e do Chile. A presidente do Chile realiza visita de Estado ao Brasil.

"Temos certeza de que as eleições deste ano no continente reafirmarão o empenho maior na redução da desigualdade e no crescimento com distribuição de renda e geração de empregos. Esse é um desafio mais que aproxima Chile e Brasil, países onde ainda persistem fortes desigualdades sociais", disse Lula.

"Num mundo marcado por uma globalização desigual e por novas ameaças, Chile e Brasil apostam no fortalecimento do multilateralismo", acrescentou o presidente. Ele lembrou que muitos não apostavam em parcerias entre Brasil e Chile, pelo fato de não partilharem fronteiras. No entanto, ressaltou Lula, o comércio bilateral cresce a cada ano.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, os negócios entre os dois países movimentaram US$ 5,3 bilhões em 2005 e os investimentos chilenos no Brasil chegaram a US$ 4 bilhões. "Houve quem achasse que nossas relações não tinham futuro, por conta das diferenças de nossas políticas comerciais. Nesses três anos e três meses de minha presidência, pude constatar o imenso potencial de nossa parceria".

O presidente parabenizou Michelle Bachelet pela vitória. Ela foi a primeira mulher eleita para a presidência do Chile, o que, para Lula, significa "amadurecimento da sociedade chilena". "Sua vitória é um símbolo e homenagem a todos aqueles que resistiram à tirania, como os muitos brasileiros que encontraram em seu país asilo contra a opressão. Minha amiga Michelle superou grandes dificuldades pessoais e soube transformá-las em exemplo e lição de vida".

Militante do Partido Socialista desde a juventude, Michelle Bachelet tem história marcada pela resistência à ditadura em seu país. Filha de um general da Força Aérea morto durante o regime de Augusto Pinochet, ela e a sua mãe chegaram a ser perseguidas e presas.

Michelle Bachelet foi eleita presidente do Chile como candidata da situação, apoiada pela coligação de centro-esquerda Concertación por la Democracia (composta pelos partidos Democrata Cristão, Socialista e Democracia Radical Social Democrata).