Denúncias do Ministério Público coincidem com relatório final da CPI dos Correios

11/04/2006 - 21h20

Ana Paula Marra, Aloisio Milani e André Deak
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – A denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, ao Supremo Tribunal Federal (STF) coincide com resultados das investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, cujo relatório final foi aprovado depois de uma tumultuada votação na semana passada.

Por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão ilegal de divisas, corrupção ativa e passiva e peculato (desvio de dinheiro público), o Ministério Público Federal denunciou as 40 pessoas. Entre elas, o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro Delúbio Soares, e até cinco parlamentares absolvidos pela Câmara dos Deputados: João Magno (PT-MG), João Paulo Cunha (PT-SP), Romeu Queiroz (PTB-MG), Professor Luizinho (PT-SP) e Pedro Henry (PP-MT).

O procurador-geral informou que as denúncias são semelhantes e que as informações do relatório final da CPI ainda podem ser inseridas na ação penal que será julgada pelo STF. "A denúncia coincide com trabalho da CPI", disse ao receber o relatório das mãos do senador Delcídio Amaral (PT-MS) e do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).

Ao comentar as denúncias do Ministério Público, o presidente da CPI disse que os trabalhos tiveram pontos de intersecção. "Sem fazer nenhum tipo de disputa, nós da CPI chegamos praticamente aos mesmos resultados da Procuradoria Geral da República. Isso para nós é muito importante pois respalda o nosso trabalho e reafirma a importância da CPI", afirmou o senador.

O procurador-geral ainda lembrou que, durante o trabalho da CPI, houve compartilhamento de informações com o Ministério Público. "Cada um na sua perspectiva, exercendo a atribuição que sua função lhe assegura, e o resultado, é o resultado que a sociedade quer", ressaltou. "Não fui influenciado pelo relatório [da CPI] e nem influenciei o relatório."