Coordenador de Transplantes nega problemas burocráticos em caso de bebê no Rio

11/04/2006 - 13h56

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Rio - O coordenador do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, Roberto Schilindwein, negou hoje (11) que a morte do bebê Arthur, de 4 meses, tenha ocorrido por problemas burocráticos. Ele aguardava na fila do sistema por um transplante de coração.

A família do bebê diz que apareceram 19 potenciais doadores e que em alguns casos a notificação demorou a ser feita. Já Schilindwein afirma que não houve adequação do órgão do doador com o receptor.

Em entrevista ao programa Notícias da Manhã, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, o coordenador do Sistema Nacional de Transplantes ressaltou que a substituição do coração exige uma grande compatibilidade entre doador e receptor.

O peso dos dois tem que ser igual ou muito próximo e o grupo sanguíneo. Se não for igual, tem que ser compatível. Schilindwein enfatizou, ainda, que há um período máximo de quatro horas para que o órgão seja retirado do doador e implantado no receptor.

"Então, não se trata de problemas burocráticos, mas sim de problemas operacionais e de adequar o órgão do doador ao receptor", acrescentou o coordenador do Sistema Nacional de Transplantes.

Roberto Schilindwein defendeu o programa nacional de transplantes, afirmando que na América Latina, o Fórum Ibero-Americano de Transplantes cita a legislação e a organização do programa brasileiro como exemplos para outros países.

"Temos o maior sistema público de transplante do mundo, graças ao Sistema Único de Saúde. Não há necessidade de pagar um transplante particular ou de alguma outra forma, porque o sistema público prevê qualquer tipo de transplante no país", disse Schilindwein.

Ainda de acordo com ele, todos os pacientes transplantados recebem "pelo resto da vida" medicação para evitar a rejeição do órgão. Cerca de 73 mil pessoas aguardam na lista de espera por um transplante no país.

Destas, aproximadamente 30 mil esperam por um transplante de rim; 23 mil por um transplante de córnea; sete mil por um transplante de fígado e o restante aguarda por um novo coração, pulmão ou pâncreas.