Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil

Manaus – Além do subsídio do governo estadual, pago desde 2002, a prefeitura de Manicoré (AM) começou no ano passado a oferecer aos seringueiros mais R$ 0,50 pelo quilograma da borracha. Com isso, o valor do produto subiu de R$ 1,80 (preço de mercado, na região) para R$ 3 – a subvenção estadual é de R$ 0,70 por quilograma.

"O principal objetivo é fazer com que haja fixação do homem no campo, é oferecer a uma qualidade de vida melhor", declarou hoje (10) à Radiobrás o prefeito do município, Emerson de França (PP).

Ele informou que no ano passado a produção de borracha de Manicoré foi de 180 toneladas de seringa e que a previsão deste ano é que ela suba para 230 toneladas. "A gente pagou subsídio para 100 toneladas, no ano passado. Neste ano, nos programamos para cobrir pelo menos 200 toneladas".

De acordo com o prefeito, 1,2 famílias do município trabalham com o extrativismo da borracha. Essa, em geral, não é a única atividade econômica dos ribeirinhos, que também se dedicam à agricultura, à pesca e à coleta de outros frutos e amêndoas nativas. "Até agora, conseguimos beneficiar 430 famílias com os R$ 1,20 extras pagos por nós e pelo governo estadual", revelou. "Nossa produção vai para o Acre e o Pará, mas a gente espera beneficiá-la o quanto antes no próprio município."

"Estamos em um processo de convencimento de outras prefeituras, para que elas sigam o exemplo de Manicoré", contou o secretário-executivo adjunto de Extrativistmo da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável (SDS), Ademar Cruz.

Cruz revelou ainda que o governo estadual planeja apoiar a construção de uma fábrica de preservativos em Iranduba (AM), que compraria toda a produção de Manicoré. "Hoje 70% da nossa seringa vai para a Casa do Seringueiro, no Acre. Lá ela é transformada em geb ( granulado escuro brasileiro, borracha beneficiada – prensada, seca, cortada e embalada ) e vendida para as indústrias de pneus".